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Quem é a deputada “fora da curva” no P20, em Maceió?

Na 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P 20 em Maceió, a deputada gaúcha e presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara, Daiana Santos (PCdoB-RS), reconheceu o quanto as tragédias climáticas e as guerras ao redor do mundo, afetam as mulheres e comprometem suas vidas, mas, também apontou para a necessidade de se debater as violências múltiplas que lhes sobrecarregam, incluindo a diversidade sexual.

A deputada, que foi  ameaçada de “estupro corretivo” em 2023, sendo assumidamente lésbica e a primeira parlamentar na instância federal do Rio Grande do Sul a ter essa representatividade em sua orientação sexual, ressaltou a importância dos espaços parlamentares para gerar políticas que elaborem mecanismos de proteção dos corpos diversos, e utilizou como exemplo um projeto de lei da então deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) do ano de 2015, que em 2018 colocou como crime o estupro corretivo.

Esta modalidade de estupro tem fins punitivos. A ameaça recebida pela parlamentar, segundo noticiário nacional, à época, anunciava o crime como “terapia” para curar “homossexualismo feminino”. Outras parlamentares brasileiras, lésbicas, também foram ameaçadas e juntas tomaram providências cabíveis. Contudo, existem no Brasil, alto índice de pessoas vulneráveis a homofobia e lesbofobia, figurando entre vítimas de violência.

Para a deputada, a violência contra estes corpos não pode ser naturalizada, nem transformada em mecanismo de controle. Não há correção para quem ama de maneira diversa. Mas é preciso que exista política e debate, para favorecer o conhecimento dos direitos, o fortalecimento da identidade.

Se uma política extrema se manifesta ocupando espaços de poder, os direitos das mulheres e da população LGBT recua, e isso não pode acontecer, defende.

 

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