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Futuro dos Correios e o senhor da morte

A Advocacia Geral da União diz que incluir os Correios em plano nacional de desestatização não significa privatização da estatal.

A manifestação está em ação protocolada pela Associação dos Profissionais dos Correios no STF.

Significa, na visão da AGU, que estão sendo realizados  “estudos e análises técnicas que se destinam a indicar as alternativas mais vantajosas ao interesse público”.

Diz ainda que os Correios só podem ser privatizados com autorização do Congresso.

O que a AGU “esqueceu” de dizer é que, caso se decida pela privatização, Jair Bolsonaro tem ampla maioria no legislativo para que a matéria passe, sem obstáculos.

No auge de uma economia cujos resultados são comemorados por um pequeno grupo, em meio a 14 milhões de desempregados, o Paulo Guedes, que põe o Brasil à venda, defende um Estado Zero, significando reformas e venda de estatais. Incluindo os Correios.

Icônica, a imagem dos trabalhadores queimando a bandeira do PT, em apoio ao golpe de 2016 que desestabilizou o país e nos jogou para a Idade Média, leva-nos a pensar: os esforços para a construção de um país envolvem escolhas no passado e perspectivas para o futuro.

O custe o que custar ou a aposta de que a crise só vai atingir o vizinho deixa a todos nós na era das incertezas.

O Brasil hoje é um laboratório de experiências do mais radical neoliberalismo. E quando a maioria não gosta dos resultados, as ameaças são chamadas para o jogo democrático.

O tempo, agora, é o senhor da morte.

Escolhas ruins carregam perdas gigantescas.

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