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Fascismo nas ruas: Bolsonaro não deve ser minimizado

Após o golpe de 2016 nossas histórias sofrem abalos que pedem ressignificação e reelaboração da vida para alimentar uma força de sobrevivência da beleza, identificada como subversividade.

Após o processo eleitoral que divulgou pelos ares as falas tóxicas da aberração eleita, uma parcela de gente que se considera  “de bem”, assumiu uma hostilidade ostensiva, interferindo na vida das pessoas que lhes cruzam o caminho, muitas vezes, apenas para ir comprar o pão.

Baseada nestes fatos, afirmo que todos aqueles que tentam minimizar os feitos maléficos dos discursos de Bolsonaro despertam minha ojeriza profunda, pela irresponsabilidade no trato com as histórias e vidas alheias, levadas ao palanque bestial que descarrilou o mal antes contido, de forma descarada, e ainda mais, com a conivência dos órgãos de controle e manutenção da ordem.

Os depoimentos abaixo são de agora, e demonstram que segurança é um bem perdido no Brasil mesmo antes do “mal estar” assumir a presidência.

“Bom dia p quem?! Fui comprar pão agora, saí de casa com uma blusa toda colorida tipo um arco-íris, cor da bandeira lgbtqi+… Voltando da padaria, uma pessoa passa de moto por mim e chega até se aproximar e grita, “olha a bala”… Só consegui ver os olhos raivosos de dentro do capacete, não baixei a cabeça, andei mais rápido e entrei em casa…
Péssimo dia.”

“Eu andando com minha namorada no centro e o povo gritando “só bolsonaro dá jeito” “tem que ser bolsonaro mesmo” … fora os caras com a camisa do bozo que ficavam nos encarando…. e a gente só tava vivendo pow, só tava andando na rua de mãos dadas, poderia ser minha mãe ou minha irmã…. mas enfim, cada palavra é casada, olhada, é como um tiro, uma facada.”

“Eu no ônibus esse fim de semana descendo com V. E. F. e dois idiotas gritam: essa raça tem que ser exterminada.”

Além da solidariedade aos amigos e a todas as pessoas que passam por isso, expressamos nossa profunda indignação com quem propaga os discursos minimizadores, porque serão responsabilizados pela história, pela capacidade atroz de arriscar vidas inocentes empoderando um projeto de governo violento e desumano.

Ouço e acompanho a tristeza que invadiu as vidas expostas, e diante de tudo o que nos acontece, a resistência maior será continuar vivendo!

Nosso grito é pelo apoio aos grupos postos em situação de vulnerabilidade pela toxidade de Bolsonaro e seus apoiadores fascistas.

O Brasil é de todos nós!

 

2 respostas

  1. Verdade.
    É Preciso Refletir e Reagir com Inteligência e Sagacidade. Sem Violência mas também Sem Submissão.

  2. ALGO PIOR ACONTECEU NOS RINCÕES DO BRASIL. O FREI LEONARDO BOFF NO ACAMPAMENTO MARISA LETÍCIA, NO DIA DO JULGAMENTO DO LULA, TERIA DITO AOS JORNALISTAS: ELE VISITOU UMA CIDADEZINHA ONDE HÁ ÍNDIOS. NESSA CIDADE, NO DIA DA ” VITÓRIA ” DO BOLSONAZI, ENTROU PELA CIDADE UMA CAMINHONETA COM BAD BOYS GRITANDO VIVA BOLSONAZI DANDO TIROS PARA O ALTO. SE NÃO BASTASSE A PALHAÇADA, OS INFELIZES MATARAM DE GRAÇA TRÊS ÍNDIOS E DISSERAM, É SÓ O COMEÇO. DEPOIS DO FATO PESSOAS DA CIDADE FAZIAM VIGILÂNCIA, REVESANDO-SE PARA EVITAR NOVOS ASSASSINATOS.

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