A modelo e influenciadora Mariana Goldfarb, ex-companheira do ator Cauã Reymond, gravou um vídeo contundente para uma campanha do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) no qual detalha a violência psicológica que afirma ter vivido em um relacionamento passado. O depoimento integra a mobilização nacional “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência e do Racismo contra as Mulheres”, promovida pelo Ministério das Mulheres em parceria com órgãos estaduais.
Sem citar nomes, Mariana descreve o momento limite que a levou a buscar a saída da relação.
“Eu consegui sair num momento em que tinha só mais 5% de oxigênio. Ou eu usava aqueles 5% ali, ou eu ia morrer. Percebi que estava em um relacionamento abusivo. Acho que desde muito cedo, mas eu não sabia nomear”, afirmou a modelo, destacando a dificuldade em identificar a agressão no início.
A influenciadora explicou que os sinais da violência psicológica, que não deixa marcas visíveis, se manifestaram em seu próprio corpo, uma consequência muitas vezes ignorada desse tipo de abuso.
“Olhando para trás, eu consigo ver como ela foi se manifestando: queda de cabelo, olho tremendo, falta de apetite, anorexia”, relatou, emocionada.
Mariana descreveu um ambiente “exaustivo” onde vivia constantemente “pisando em ovos” na tentativa de evitar conflitos.
“Era muito extenuante tentar fazer de tudo para que o dia terminasse bem — e não terminava. Comecei a beber muito, porque a gente vai procurando subterfúgios para anestesiar a dor,” revelou.
Ela contou que o sofrimento era visível para sua rede de apoio:
“Minhas amigas e minha família diziam que aquilo estava errado, porque era visível. Eu já não era eu mesma. Meu brilho tinha sumido, como se alguém estivesse sugando tudo de mim.”
Outro ponto crucial do abuso, o isolamento da rede de apoio, também foi abordado.
“Todas eram ruins, invejosas, tinham ciúmes… É isso que você escuta. Nenhuma presta, sua família não presta. Existe um jogo psicológico grande, de culpa e vitimização”, disse, explicando como o agressor minava suas relações.
A modelo também reforçou a dificuldade de romper o vínculo, destacando que a decisão não é simples nem imediata.
“Ouvi muito: ‘Por que você não sai?’. Mas não é assim. Só depois de viver isso eu entendi que não é apenas decidir sair. Não é uma relação saudável, mas existe uma dependência que acaba aparecendo.”
A campanha busca ampliar o debate sobre as diversas formas de violência contra as mulheres, utilizando depoimentos reais para sensibilizar o público e encorajar vítimas a reconhecerem os sinais de abuso — sejam eles físicos, emocionais ou comportamentais — que muitas vezes permanecem invisíveis até para quem os vivencia.











