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Elite contra lulistas: a ferida do Brasil

Violência era tida pela opinião geral como filha siamesa da pobreza material. Há controvérsia. O cenário atual do Brasil escancara que a elite ou os que vivem a identidade elitista, são muito violentos.

Pretos eram apresentados como rostos criminosos. Brancos sacam as armas e os instrumentos de torturas, filmando com a câmera do telefone celular, para mostrar quem é que manda.

Pobres eram chamados mal educados pela insipiente formação escolar. Ricos e classe média com acesso a escolas equipadas e poliglotas desfiam palavras de baixão calão no meio da rua, e filmam ao vivo nas redes sociais para intimidar.

Eles querem sim, um país com enormes barreiras sociais, onde possam descarregar as balas impunemente e relegar as pessoas simples à condição marginal, sem recursos, sem apelação nem esperança.

Querem impor o “ame-o ou deixe-o” mais uma vez para quem desafinar com o coro maldito que evocam pelas ruas, redes sociais e demais canais midiáticos.

São os déspotas de todos os tempos, reencarnando poderes no cenário do golpe, onde a exceção abriu as porteiras do ódio.

Ódio em todas as direções onde a representação popular, progressista, humanitária, questionadora, possa estar. E atiram para matar!

Querem matar a coragem de Marielle, querem encarcerar as ideias de liberdade de Lula, um verdadeiro republicano! Querem mostrar os instrumentos jurídicos como um desavergonhado estuprador o faz diante da vítima indefesa, exibindo o falo. Os machões brancos que espumam pelo canto dos lábios quando ofendem mulheres e homossexuais, esquerdistas e negros.

Mandam prender quando querem. Mandam matar quando julgam oportuno. Pobre não maneja estes mecanismos de agressão.

Não dá mais tempo se fechar nos oratórios e transferir responsabilidades históricas e políticas para Deus, que de tanto ter seu nome usado em vão por estas plêiades, deve mesmo ser retirado deste capítulo manchado de sangue e covardias.

Deus ainda é a força que recria a coragem dos sobreviventes.

A violência dos ricos faz a guerra e divide um país, deixa rastro de sofrimento nas vidas não imunes, de trabalhadores e gente de boa fé.

Há uma semeadura de ódio sendo veiculada, nos tirando do campo seguro da razão para os arroubos de um enfrentamento em território desigual. Porque sem Democracia a Justiça virou apenas um punhal, para ser encravado nas costas selecionadas, marginalizadas.

Ao matar Marielle, imortalizaram suas causas. Ao prender Lula, borrifaram suas ideias. O perigoso desespero dos que estão armados, representando ou não o Estado, é a confirmação da presença do espírito de colônia, empurrando o Brasil para o passado.

A responsabilidade de cada um de nós aumentou nos últimos dias. Os abusos do judiciário nos desconforta, a perversidade dos herdeiros da política branca nos ameaça, nossa força está em ser multidão!

Reforcemos a marcha.

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