Havia um tempo em que um pedido de voto do presidente da República era disputado nos estados.
E quem não tinha um áudio, uma imagem, chegava a inventar ou editar falas do presidente. Afinal de contas, os interesses estão acima de tudo e navegar na boa popularidade de um presidente da República é tarefa para poucos privilegiados.
Mas, isso é passado.
Jair Bolsonaro ganhou a eleição e, junto a ele, veio o novo na política.
Um novo que, convenhamos, convence menos que a propaganda.
O mito Bolsonaro se parece com outro mito, o do rei Midas, só que ao contrário. O também mitológico rei da Frígia transformava em ouro tudo o que tocava.
Maldição semelhante paira na aura de Bolsonaro: tudo o que toca, ao invés de virar ouro, apodrece.
Em São Paulo, murchou a candidatura de Celso Russomanno. Aconteceu o mesmo com Marcelo Crivella (Rio) e Delegada Patrícia (Recife).
Líder nas pesquisas no Rio, Eduardo Paes já avisou: quer Bolsonaro longe do seu palanque.
Estranhos tempos estes da nova política. Aliás, uma nova política que sonhava transformar o Brasil num quartel. Ou seja: sem oposição.
Os mitos também saem de moda.