É possível sair das cordas

Magno Francisco

Eu não consigo imaginar mudança na correção de forças se o lado que é atacado fica apenas na defensiva.

A esquerda brasileira limitou-se a pautas defensivas e quando supostamente vai para a ofensiva, é uma ofensiva falsa, aparente, ou seja, não ultrapassa o horizonte liberal da economia, da moral e da política.

Convenhamos, desde a redemocratização que vivemos num estado neoliberal, ou seja, o controle do Estado é do capital financeiro.

A rigor, nem dá para precisar quando tivemos um estado liberal “clássico”. Eu diria que com uma burguesia antinacional isso é absolutamente impossível.

Então quando se limita a reivindicações liberais está se vendendo falsas possibilidades de mudança, uma ilusão, um pragmatismo político para justificar a covardia.

Nesse passo, a classe trabalhadora colecionará derrotas.

Ir para a ofensiva não pode se limitar a jargões radicais, mas traduzir em política de confronto com a burguesia as demandas e necessidades da classe trabalhadora.

Há quanto tempo não temos uma batalha sequer para conquistar direitos? É possível e necessário fazer isso em tempos de crise! Aliás, são nesses momentos que se possibilitam rupturas. Mas para isso tem que ter política de ruptura.

Ninguém vence uma luta sem dar um soco.

Compreender isso é uma necessidade de todos e todas que querem mudar a realidade. O resto é conciliação e calças sujas.

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