A vida e seus encantamentos. Dona Gerusa, mãe do amigo Ricardo, também encantou-se. Desprendeu-se dos laços físicos, deu seu até breve à morada na carne.
Ainda estudante na UFAL, eu era acolhido na casa de Dona Gerusa, com carinho e incentivo tão necessários a qualquer ser humano. Aprendi que sentimentos também moldam as pessoas, afinal quando num mundo tão alucinado pelo materialismo, você tem quem te olhe como gente, creia: é o encontro da paz abaixo dos céus.
Dona Gerusa foi mãe-solo, mulher que escolheu, na maturidade, se converter a uma visão mais oriental do mundo e do pós-mundo. Não é uma decisão simples para uma brasileira cercada pela ritualística católica. Além disso, na sociedade alagoana, onde a Igreja carrega caracteres fortemente medievais.
Mas ela desafiou. E especialmente: desafiou-se. E transformou a própria casa num templo para acolher outros tantos semelhantes.
Foi e continua a ser amor dividindo-se.
Um beijo querida Dona Gerusa. Desde cá lhe agradeço a fartura e o apreço. O mundo precisa acreditar na vida, como a senhora acreditou e praticou.
Um beijo tambem, querido Ricardo.