Doenças cardíacas entre as dez que mais matam em Alagoas

Dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatística do HGE (Same) revelam que doenças do coração como a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e o infarto agudo do miocárdio (IAM) estão entre as dez que mais matam em Alagoas, com 70 e 42 vítimas em 2011. Até agosto de 2012 foram 43 óbitos de ICC e 18 de IAM.

Para Maria Edna Bezerra, nutricionista da unidade hospitalar, o sal é o grande vilão das doenças relacionadas ao coração, pressão alta, aumento de peso e problemas nos rins.

“Quanto mais sal ingerimos, mais necessitamos de água no organismo para diluí-lo. Por isso que quando comemos um churrasco, passamos o dia todo bebendo água. O grande problema é que parte da água retida no organismo acaba não sendo eliminada, colaborando para o ganho de peso, pois aumenta a ação dos hormônios que estocam a gordura”, explicou.

Segundo a nutricionista, o rim tem uma capacidade limitada para filtrar e excretar sal. Quando o consumo é muito alto, esse órgão trabalha sobre uma pressão maior e pode ter seu funcionamento comprometido. A hipertensão é uma das principais causas de doença renal crônica. Além disso, ingerir muito sal aumenta os riscos de cálculo renal.

“Nosso organismo utiliza uma série de recursos para manter o equilíbrio dos líquidos do corpo. Quando os níveis de sódio ficam altos no sangue, ocorre a liberação de alguns hormônios resultando na retenção de líquidos. Esse efeito pode aumentar o volume de sangue circulante e sobrecarregar o coração, elevando a pressão arterial”.

Bons hábitos alimentares auxiliam no controle da pressão arterial, a especialista recomenda a ingestão de mais fibras e menos alimentos ricos em gordura animal saturada. Alimentos ricos em cálcio também contribuem para o bom controle da pressão arterial.

“O importante é manter o equilíbrio da dieta consumindo alimentos fontes de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais o mais diversificado possível, evitando os excessos. Também é importante não adicionar sal na comida, antes de experimentá-la e preparar os alimentos com uma quantidade mínima de sal”, orientou Maria Edna.

Os alimentos industrializados são um perigo para as pessoas com problemas do coração e pressão alta, a grande maioria possui uma alta concentração de sódio. De acordo com a nutricionista, a ingestão em excesso de sal traz efeitos no organismo que não são imediatos e os sintomas podem demorar anos para aparecer. Ler sempre os rótulos dos produtos e verificar a quantidade de sódio dos alimentos industrializados é uma orientação importante.

“O sal em alimentos como os refrigerantes, por exemplo, passa despercebido pelos consumidores. Outros produtos disfarçam o sódio com outros nomes como o glutamato monosódico, que é um realçador de sabor com alta concentração de sal. É salutar evitar conservas (azeitonas, picles, patês, palmito, etc.), enlatados, alimentos em pó (sopas, temperos), caldos em cubos, embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, salame, presunto) e as carnes e peixes salgados”, alertou a nutricionista.

Para se ter uma ideia, a azeitona preta em conserva possui 1.567 miligramas de sódio, o tablete de caldo de galinha 22.300 miligramas e o Shoyo, molho de soja, 5.024 miligramas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão de até seis gramas diárias de sal de cozinha. A população brasileira consome cerca de 12 gramas, o dobro do recomendado.

“Estes dados são alarmantes e representam o risco ao qual a população brasileira estar exposta diariamente. É necessário medidas de saúde pública para mostrar o risco do sal em excesso na alimentação, como também uma legislação sanitária que garanta a diminuição do sódio nos alimentos industrializados,” especificou Maria Edna Bezerra.

As informações são da Assessoria de Comunicação da Sesau. 

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