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Divaldo, o médium decaído

A inclinação do meio espírita brasileiro liderado por Divaldo Franco tem sido acreditar em sofismas rebuscados, anunciados com palavras conhecidas, ditas pelo médium , que ao analisar os conflitos armados entre a Rússia e a Ucrânia mostra o quanto se tornou fácil convencer multidões sobre uma narrativa, mesmo quando nada se compreende sobre o fato analisado.

De maneira vergonhosa, a ortodoxia espírita tupiniquim atribui efeitos satânicos ao termo comunismo, ao qual Divaldo tem acostumado citar em discursos de cunho político-conservador, que no contexto brasileiro logo indica com qual política está afinado.

É lamentável observar a derrocada ética/humanitária deste núcleo que centralizou as representações da linda doutrina, manipulando através de médiuns oradores e escreventes, conteúdos que iludem, enganam, induzem milhares de mentes viciadas em poder e ajustes moralistas das condutas exteriores a enfileirar nas correntes nazi-fascistas envolvidas nas políticas partidárias em nosso país.

Oportunidades de compreender os males sociais gerados por políticos de inclinação fascistas todos os brasileiros possuem há quase anos, mas a cosmossociologia espírita se torna cada vez mais envolvida nas teias do poder que privilegia líderes míopes para os desmandos da política hegemônica, que atua sobre os sentidos com a voracidade demoníaca real, pois o mal chega até as pessoas de carne e osso através de decisões políticas que desarmonizam e desequilibram todas as vítimas.

Divaldo Franco nada entende sobre geopolítica mundial mas insiste em espalhar vídeos com conteúdos lastimosos para alimentar seus fanáticos seguidores, reafirmando jargões enquanto os libera da responsabilidade de estudar em fontes verdadeiras no intuito da compreensão que liberta; o julgo da classe não tem permitido essa experiência profunda de autonomia?

Para não entender sobre política real, a casta salvífica que administra caridades materiais mantém-se no cercadinho espírita, fascinada em torno da fala rouca do médium arrogante, e lá se vão inúmeras experiências encarnatórias perdidas na preguiça de pensar!

O número dos que estão recusando seguir sob a denominação “espírita” no Brasil está aumentando, pois lidar com as aparições patéticas dos médiuns perseguidores do “comunismo” está desanimando estudiosos da doutrina, médiuns anônimos sérios e comprometidos com o trabalho educativo, generoso e incentivador que Kardec espelha e indica nos muitos escritos que deixou.

Espiritismo não tem donos, não necessita de guetos e fomenta o livre pensar, mas infelizmente o meio espírita brasileiro atua contra estas assertivas e gera dependências religiosistas, caminhando para o lado oposto do que exemplificou Kardec, um espírito cientista e político, digno de respeito, mesmo nos casos de reprodução das verdades do seu tempo histórico, em evolução.

O religiosismo acrítico sustenta as aparições de Divaldo Franco, às vezes oráculo, outras sofista, mas sempre comprometido com os interesses das classes dominantes e grupos hegemônicos dispersos nas instâncias de poder.

Isso não é espiritismo. Isso é a escolha do médium e daqueles que o seguem.

Despertemos.

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