Precisamos falar sobre a desumanidade médica!
O caso mais recente envolve duas médicas recém-contratadas para o Hospital Raimunda Francisca Dineli da Silva, no município amazonense de Maués. Ambas foram exoneradas após a divulgação de um vídeo no qual zombavam dos gritos de uma criança que havia sido atingida por um raio.
Tratavam a vítima do incidente como “possuída” e o caso como exorcismo.
O vídeo gerou revolta na cidade e certamente gera desconforto em qualquer pessoa normal, que possua bom nível de empatia e se veja na condição de pais ou responsáveis por uma criança que passe por isso.
Mas não é apenas deste fato que falaremos aqui.
Precisamos lembrar dos médicos envolvidos nos casos de Dona Marisa Letícia e do pequeno Arthur, familiares do presidente Lula.
Precisamos recordar aquela pediatra que recusou atender uma criança doente porque a mãe era petista.
Precisamos ainda retomar o show de horrores protagonizado por médicos brasileiros que recepcionaram médicos cubanos com vaias e outras formas de agressões.
A falta de ética humanitária se justapõe a outros elementos políticos como xenofobia, intolerância e elitismo, que resumem a triste expectativa social de significativa parcela dos médicos brasileiros.
Enquanto os médicos cubanos postam em suas redes a oferta de serviço voluntário à Turquia e Síria, vitimados por terremotos, a sociedade brasileira se estarrece e assusta com tamanha frieza diante de um caso atípico para a maioria, como uma criança atingida por raio ser desdenhada por estar chorando.
Este Brasil tem explicação.
O ódio à classes, etnias, grupos humanos específicos, aliado a uma compreensão mercantil da medicina, baixou a qualidade civilizatória deste segmento profissional.
Será que ainda poderá mudar?
Os Conselhos de Medicina não têm merecido a confiança da população brasileira, pois estiveram cúmplices da página manchada de cloroquina.
Segue a dúvida, e com ela o medo de encontrar tipos ruins quando precisarmos de atendimento médico.