Mutirão realizado na semana passada pela Defensoria Pública Estadual, na favela Sururu de Capote, constatou: o surto de bicho de pé, que colocou moradores da favela nas páginas e telas dos jornais, voltou para sofrimento de quem convive em uma das áreas mais miseráveis da capital alagoana.
“Os moradores me disseram que uma criança teve parte do pé amputado. Para chegar a este estágio, tem de ser um descaso total”, explicou o defensor público Carlos Eduardo Monteiro.
Solução? Entrar na Justiça para obrigar o prefeito Rui Palmeira (PSDB) e o secretário municipal de Saúde, José Thomáz Nonô, a organizarem cronograma para constatação e tratamento da doença, além de abastecer postos de saúde da região com remédios e profissionais de saúde, acompanhando os moradores da Sururu de Capote.
Mas, isso não foi feito? “Houve um mutirão da Prefeitura para se constatar o bicho de pé. Mas, os moradores não foram tratados”, disse Monteiro.
Qual solução a ser buscada pela Defensoria? “Pedimos informação há mais de 20 dias ao secretário Nonô. Não obtivemos resposta. Próximo passo é entrar com uma ação civil pública contra o gestor para tratar a população. E pediremos multa ao gesto, caso não seja cumprido”, analisou o defensor.
Ele também vai encaminhar ofício para a Superintendência de Limpeza Urbana (Slum), por causa do lixo.
E ofícios para as secretarias de Educação de Maceió e estadual: “Constatamos muitas crianças e jovens fora da sala de aula”.
Disse mais: “O morador de rua está em melhor situação que o morador da Sururu de Capote. Porque o morador de rua dorme em uma parte seca e coberta. Na Sururu de Capote, os moradores dormem na lama. É um negócio desumano”
“Ali é o local mais desumano para se morar em Maceió”.
Contactada, a Secretaria Municipal de Saúde informou ao blog que responde aos questionamentos na próxima segunda-feira (27).
Na campanha pela reeleição, Rui Palmeira prometeu projeto de requalificação da orla lagunar, com o programa Maceió de Frente Pra Lagoa.
“A expectativa é que até o final do ano demos início às obras, que incluem esgotamento sanitário, pavimentação, iluminação e habitação na região do Bom Parto e do Brejal, locais degradados hoje em dia e que serão completamente revitalizados”, disse o prefeito, no dia 20 de fevereiro, durante visita de uma missão do BID, que bancará metade do projeto (US$ 63,5 milhões).
