Reunir mulheres requer carinho e acolhida, porque carregamos na barra da saia (ainda que simbólica) as lutas de ontem e seus frutos azedos ou sazonados em forma de padrões e hábitos, hoje.
Nossos olhares nem sempre revelam, nem sempre enxergam o que as máscaras ocultam, por trás da conversa medrosa. O medo nos educou. O temor justificou os pesos e as medidas que de maneira decisiva, tem nos coagido a dizer apenas o que nos permitem.
É preciso reunir! Temos que falar, que ouvir, que questionar!
Assim nasceu o Coletivo de Mulheres que Escrevem, em Alagoas. No último 31 de março, fechando o mês que marca a luta da mulher.
Conscientes das diferenças, o território se ergue com recorte de gênero, para falar de arte e arteiras; nos relatos apresentados nas mesas temáticas, a vida real em doses fiéis de sobrevivência, resistência, desobediência…
Mas o microfone é livre, as vozes são emissões de saberes, trocas, incentivos e respeito ao amor, desilusão, sonhos, insistências e construção política de cada uma de nós.
Escrevinhadoras de cotidianos; solteiras, casadas, acompanhadas e sós, estamos juntas escrevendo possibilidades de amanhãs.
O que está faltando para você, mulher que escreve esse momento histórico na resistência, se juntar a nós?
Nada está acabado, nem mesmo amarrado; somos o movimento que gera, cria, conduz! Escrita de mulher é assertiva, elaborada na determinação em conquistar mais linhas nesta história comum. Por essa razão, já conseguimos nos reunir por duas vezes e estamos preparando a próxima.
Nem todas somos escritoras, mas todas escrevemos, esse é o ponto que reúne mulheres bimestralmente em Alagoas. Na perspectiva libertária, emancipatória e humanista, estamos passando rumo a identidades novas, dá licença!
