CPI da Braskem traça plano para investigar causas do desastre em Maceió

O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem no Senado Federal foi aprovado de forma simbólica nesta terça-feira (27). O plano de trabalho do relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE), tem como objetivo investigar os impactos da exploração de sal-gema na cidade de Maceió.

Segundo o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), está prevista uma nova reunião na quinta-feira (28) às 09h para discutir requerimentos de convocação de depoentes.

Além das diretrizes da investigação, Carvalho também apresentou requerimentos solicitando o envio de documentos e imagens para dar início às investigações.

Os senadores titulares e suplentes terão até 22 de maio para investigar as causas do colapso do solo em Maceió, dimensionar os passivos do desastre, identificar falhas na atuação dos órgãos de fiscalização e controle e propor melhorias no arcabouço legal e regulatório.

A CPI da Braskem foi instaurada em 13 de dezembro de 2023 e teve seu prazo de 120 dias paralisado até a designação de Carvalho como relator.

A comissão tem como objetivo investigar os efeitos da responsabilidade socioambiental da empresa decorrente do maior acidente ambiental urbano já constatado no país.

Confira os objetivos: 

  • a) apurar os fatos e eventos que culminaram no desastre em Alagoas;
  • b) dimensionar, qualitativa e quantitativamente, os passivos ambientais e sociais para adequação das medidas de reparação propostas e em vigor;
  • c) avaliar se os acordos de reparação firmados observaram um escorreito procedimento e o interesse público a eles relacionados;
  • d) perquirir se a empresa e seus controladores têm adotado condutas que demonstram uma preocupação efetiva em reparar devidamente o impacto ambiental da mineração de sal-gema;
  • e) investigar possíveis falhas e lacunas nos sistemas de prevenção, licenciamento e fiscalização da atividade de mineração;
  • f) propor melhorias e complementações ao arcabouço jurídico de proteção ambiental, gerenciamento de riscos e responsabilização civil e penal correlatos ao caso em apuração pela CPI.

Para a investigação, os senadores devem ouvir pessoas, empresas, órgãos públicos e entidades envolvidas com a mineradora e o desastre. Entre os possíveis depoentes estão dirigentes e técnicos de diversas instituições ligadas ao caso.

Veja quem deve depor: 

  • Dirigentes e técnicos da Braskem S.A.;
  • Petróleo Brasileiro S.A.;
  • Novonor S.A.;
  • Serviço Geológico do Brasil;
  • Agência Nacional de Mineração;
  • Universidades e especialistas em gerenciamento de riscos;
  • Especialistas em urbanismo;
  • Governos estaduais e municipais;
  • Órgãos ambientais;
  • Tribunais de Contas;
  • Associações de entidades do setor de mineração;
  • Especialistas em gerenciamento de risco, auditorias e perícias ambientais.

Os requerimentos também solicitam documentos importantes relacionados ao caso, buscando informações sobre alertas, processos administrativos, acordos de reparação, laudos, entre outros dados relevantes.

O colapso do solo em Maceió causado pela exploração de sal-gema pela Braskem resultou no afundamento de cinco bairros e na evacuação de aproximadamente 40 mil pessoas. A instabilidade do solo foi confirmada como resultado da operação da empresa pelo Serviço Geológico do Brasil.

*Com Agências

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