Covid-19: Vírus pode residir no esperma 110 dias após a infecção, diz pesquisa

Pesquisadores da USP identificaram a presença do vírus SARS-CoV-2 nos espermatozoides de pacientes até 90 dias após a alta hospitalar e até 110 dias após a infecção inicial, afetando a qualidade do sêmen.

Embora os pacientes testassem negativo para o vírus no sêmen por PCR, o estudo revelou que o vírus estava presente nos gametas de oito dos 11 pacientes com doença moderada a grave.

Além disso, os espermatozoides produziram armadilhas extracelulares para conter o agente agressor, levando à morte celular.

Essa descoberta acrescenta uma nova função aos espermatozoides, além das reprodutivas.

O estudo também alerta para a necessidade de considerar um período de quarentena após a doença para quem pretende ter filhos, especialmente nas técnicas de reprodução assistida.

Além disso, descobertas anteriores do grupo de pesquisa da USP demonstraram que os testículos são órgãos-alvo da infecção pelo vírus, causando várias complicações na saúde reprodutiva dos pacientes.

Atualmente, a equipe está investigando os efeitos tardios da infecção pelo SARS-CoV-2 em mais de 700 pacientes, visando compreender melhor os impactos da doença.

Essas descobertas são fundamentais para orientar práticas médicas e regulamentações relacionadas à reprodução assistida, recomendando o adiamento da concepção natural e de técnicas de fertilização por pelo menos seis meses após a infecção por COVID-19.

*Com informações da Agência Fapesp

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