Desde 2013, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública contabiliza, também, a quantidade de mortos em confrontos com a polícia.
Os números de Alagoas merecem atenção, tanto do Ministério Público quanto do Tribunal de Justiça e também da OAB.
Neste período, os confrontos policiais com mortos cresceram 364%.
Em 2013, foram 31 mortos; 2014, 77; 2015, 96; 2016, 112; 2017, 142; 2018, 144.
Os números só crescem.
No Rio (que tem a polícia que mais mata no país), a letalidade policial é objeto de estudo e pesquisa dentro do Ministério Público.
O quê se descobriu?
Que estas mortes nem estão relacionadas com a variação de crimes contra a vida nem contra o patrimônio;
o confronto aumenta as chances de morte de inocentes;
o uso da força policial sem controle diminui a confiança da população nas instituições públicas, como a própria polícia;
Em Alagoas? Estes confrontos têm apenas a versão da polícia.
Os grupos de pesquisa da UFAL que estudam a violência são inexpressivos; a OAB ainda escreve uma nota; TJ e MP silenciam.
Por que? Será que a mão do Estado é tão abençoada que estas circunstâncias não podem ser debatidas ou questionadas?
Ou todos se dão por satisfeitos como a coisa funciona?
Seria uma herança da nossa cultura religiosa de fanáticos escolhendo vencedores e vencidos?
Ou nosso racismo, que permite varrer pobres e pretos para as covas dos cemitérios, porque Deus quis assim?
Por que?