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Com cofres cheios, Governo prepara licitação para banco e programa para Maceió

Especial para o EXTRA

O Governo de Alagoas prepara licitação para selecionar o banco que vai rodar a folha de pagamento dos funcionários públicos. São mais de 70 mil servidores que hoje recebem seus salários na Caixa Econômica Federal. O contrato com a Caixa vence em dezembro deste ano e em 2017, quando o negócio foi fechado, o fluxo financeiro girava em R$ 15 bilhões.

Quatro bancos estão interessados no negócio, entre eles a própria Caixa e o Banco do Brasil. O Governo não revela o valor do negócio mas as estimativas indicam que deve se aproximar do bilhão.

Dinheiro que entra nas contas do Estado, reforçando os cofres. De início, o Governo estimava que, juntando esta operação com a outorga dos serviços da água mais empréstimos com instituições internacionais, além de sobras de caixa, a administração teria R$ 5 bilhões, mas os cálculos estão sendo revistos para cima. A proposta é que este volume de recursos, o maior da história alagoana, seja investido em obras em praticamente todas as cidades- a maior parte deste pacote de investimentos em Maceió.

O Governo também prepara um novo programa de Educação de Jovens e Adultos, tratado como uma “revolução”. Alagoas lidera no país em analfabetismo entre pessoas acima de 15 anos, que é o público da EJA. Quase meio milhão de alagoanos está nesta condição. Estudos mostram que existe relação entre a quantidade de anos de estudo e o Produto Interno Bruto (PIB)- soma de todas as riquezas em 1 ano- de uma região. Quanto maior o acesso a uma educação de qualidade, com foco na alfabetização, formação e preparo para o mercado de trabalho, maiores são as chances de transformação de crescimento sustentável com inclusão social.

Dinheiro
Parte da explicação para esta quantidade de dinheiro para investimentos é que desde 2015 se registra superávit financeiro. Também houve redução, em 2020, do gasto com o serviço da dívida em 48,2%; o superávit primário teve variação de 26,4%; a receita corrente líquida aumentou 12,5%, enquanto o gasto com investimento cresceu 17,2% e de pessoal, 14%.

Nos dois primeiros meses deste ano, pelo balanço entregue ao Tesouro Nacional, os cofres alagoanos tiveram aumento de 15,62% na arrecadação de impostos e taxas, comparando aos meses de janeiro e fevereiro do ano passado. Um bom desempenho, em tempo de pandemia. As receitas correntes alagoanas cresceram 14,67% e as transferências federais, 15,74%.

Pacote
O pacote de investimentos do Governo começou a ser aplicado em dois programas: o Minha Cidade Linda, com obras nas 90 menores cidades do Estado e o Cria, espécie de bolsa família alagoano, entregando R$ 100 por família no que é chamado de “o maior programa de transferência de renda do Estado”.

No segundo semestre, o governador Renan Filho (MDB) quer anunciar obras para Maceió, da orla lagunar até próximo ao aeroporto internacional Zumbi dos Palmares.

Nos próximos dez dias, deve recomeçar as obras de recapeamento na avenida senador Rui Palmeira, que margeia a lagoa Mundaú, entre os bairros do Dique Estrada, Virgem dos Pobres até a praia do Sobral.

Estas obras foram interrompidas após o final da campanha à Prefeitura de Maceió, com a vitória do candidato de oposição ao governador, João Henrique Caldas, o JHC (PDT).

Na terça, o secretário de Infraestrutura, Maurício Quintella, falou a líderes comunitários da parte alta de Maceió e ao vereador Luciano Marinho que vai finalizar as obras da macrodrenagem do Tabuleiro dos Martins. Objetivo é acabar com os alagamentos durante as chuvas, incluindo tubulações ligando grandes lagoas como a da Coca Cola, próximo à Via Expressa, desviando estas águas para o rio Jacarecica, desaguando no mar. Seria o fim das constantes inundações do Distrito Industrial Luiz Cavalcante.

Parte destes recursos vem dos empréstimos internacionais obtidos pelo Governo no chamado programa Estrutura Alagoas, para obras de saneamento, urbanização e transportes.

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