Coaracy Fonseca: Um monumento à mulher ferrada

Coaracy Fonseca

Uma eminente jornalista trouxe-nos, ontem, um tema que chocou à sociedade alagoana na década de 1980, do século passado. A assustadora e temida gangue sádica, especializada no estupro de mulheres sem voz e sem dor.

A malsinada gangue era formada por jovenzinhos da classe alta, que se reuniam em farras, regradas a drogas ilícitas, para escolherem meticulosamente as suas vítimas. O Código Penal a eles não era aplicado, alegava a Secretaria de Segurança que era um crime de ação privada.

O STF e toda doutrina penal, sem discrepância, diziam o contrário. Os envolvidos integravam a chamada cifra negra da criminalidade. Os indivíduos que não são clientes do aparato de segurança pública.

O criminoso sexual é um ser atávico, traz no seu gene o pendor a tal espécie de crime. O bastante é que as circunstâncias lhes sejam favoráveis. O resgate desse triste episódio da história alagoana é fundamental para compreendermos a gênese dos nossos grandes erros estruturais.

Não existe cura para estupradores e pedófilos. Para eles, quando colhidos pelas malhas da lei, o ideal seria o sistema do duplo binário, pena e medida de segurança, sistema adotado pelo Código Penal antes da reforma. Os pedófilos, principalmente, devem ter monitoramento constante, pois espreitam crianças.

Nesse passo, eu indago ao leitor: o que você deseja? Um beijo ou beliscão? Se a mulher optasse pelo beliscão teria os mamilos arrancados a alicate, para o deleite dos criminosos.

Os crimes já prescreveram e os marginais, que desconheço, andam soltos a espraiarem a sua genética malígna. Mas a história não deve ser esquecida para que não se repita. A história não prescreve. O direito ao esquecimento seria uma dupla punição às vítimas.

Por isso, tomei a iniciativa, hoje, de convidar o grande historiador alagoano, Geraldo de Majella, para resgatarmos essa história, como forma de expiação do sofrimento de tantas vítimas anônimas.

Finalmente, sugiro ao candidato ganhador das eleições em Maceió que erga um monumento em homenagem à MULHER FERRADA. É assim que os jovens aprendem a absorver o conhecimento e mudar realidades que, criticamente, não mais aceitam.

Uma resposta

  1. Essa estratégia é não é ruim é péssima. Artur Lira já deu o que tinha de dar. Basta de maldades para Alagoas!

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