Coaracy Fonseca: Biden venceu. E agora?

Coaracy Fonseca

A vitória de Biden foi esmagadora, não se pode contestar a sua legitimidade para presidir a maior potência do mundo. A Justiça, que não é cega, vai abster-se de decidir qualquer questionamento. Os EUA deram um show de democracia.

Um efeito já começamos a sentir: a sensação de alívio e paz. Creio que o Brasil, mesmo diante da pandemia, irá viver o seu novo normal de modo mais sereno.

Os ânimos exaltados dos partidários de Trump por essas pairagens irão arrefecer.

O Presidente Bolsonaro e seus seguidores, ideológicos ou não, já sentiram que podem perder as eleições se permanecerem nessa toada. Os partidários belicosos perderam muito combustível.

No entanto, não podemos esperar dos EUA benesses e flores. Os americanos sempre foram protecionistas de seus interesses. Têm os seus próprios problemas a resolver: saúde, previdência e desemprego, dentre outros.

Por isso, não podemos esperar muito dos EUA, eles não são nossos pais. Os Democratas são partidários dos Direito Humanos. Incentivaram a criação do Tribunal Penal Internacional, mas se negaram a ratificar o Tratado, isto no governo Bill Clinton, um democrata. A Prisão de Guantánamo ainda persiste, numa verdadeira adesão ao direito penal do inimigo.

São contradições evidentes. Os americanos, ordinariamente, querem as nossas riquezas, a exemplo da Amazônia, mas não querem ajudar a resolver os nossos problemas estruturais. Eles são individualistas, não igualitários, viés próprio de uma vertente do regime liberal.

Por derradeiro, o Brasil recebeu uma grande lição de democracia. Como sempre afirmo: o maior poder concedido ao povo é o de apear do Poder, nas urnas, o político ou administrador que rompeu com compromissos assumidos e, com isso, roubou sonhos e esperanças.

Outrossim, observa-se um verdadeiro desmonte dos mecanismos de combate à corrupção e  a lavagem de dinheiro. É lamentável!

Uma resposta

  1. Afirmou categoricamente o cenário mundial. Parabéns!

    Mas , como o texto diz: os democratas são contraditórios. E os americanos individualistas.
    Não sei se a vitória do Biden será um alívio ou a paz que o mundo precisa agora. Vamos aguardar.

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