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Chefete de polícia busca apoio de Renan para ser ministro do STF

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Diria Belchior, em “Velha Roupa Colorida”, na ditadura: “O passado é uma roupa que não nos serve mais”.

No pós-redemocratização, Brasília reinventa-se, usando a frase do gênio em contextos mais áridos, longe dos olhares comuns, algo que o senador Benedito de Lira (PP) sabe como é no passeio do “Barco do Amor”.

Eis que Alexandre de Moraes, o chefete de polícia, encontrou-se com Renan Calheiros nesta terça (14), autor da polêmica frase dita nestes termos, em 24 de outubro do ano passado:

“É lamentável que isso aconteça num espetáculo inusitado, que nem a ditadura militar o fez, com a participação do ministro do governo federal que não tem se portado como um ministro de Estado. No máximo, tem se portado como um ministro circunstancial de governo, chefete de polícia”.

Era um desabafo, após a Operação Métis, realizada no Senado, tendo como alvo aqueles que queriam atrapalhar as investigações da Lava Jato.

Questionado quatro meses após sobre o assunto, Renan mostrou-se um homem evoluído: “Você disse bem. No ano passado”.

E Alexandre de Moraes explicou-se: falou-se de tudo no encontro, menos da Lava Jato.

Moraes quer ser ministro do STF. Tem o apoio de um ilegítimo Michel Temer, que se esforça pouco para ser legitimado na Presidência da República.

O futuro ministro será duramente sabatinado no Senado, como mostrou Biu de Lira naquele “Barco do Amor”, onde Brasília carrega esta política de falso brilhante.

E as mágoas, rancores ou ódios são roupas velhas, em nome do bom e velho poder.

Viva Belchior!!

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