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Caso Pinheiro vira homenagem à impunidade brasileira

Era previsível que as autoridades alagoanas fossem perdendo espaço para uma lógica cruel: no caso Pinheiro, o tempo da Justiça separa o bom senso da humanidade.

Os moradores voltam a ocupar as áreas evacuadas porque temem perder seus bens; as ações de indenização devem tramitar na Justiça por décadas; o monitoramento da região pelo Serviço Geológico do Brasil foi suspenso.

E, aos poucos, o que é bizarro ganha ares de normalidade. As pessoas terão de conviver com os riscos; a Braskem ganha tempo e se capitaliza para ser vendida; o mercado financeiro não sente a gravidade das denúncias em torno da área ameaçada de afundar; o aluguel social, pago hoje aos moradores, terá de suspenso em algum momento.

Sobra a impunidade, esse patrimônio brasileiro, repetido como tragédia e ajustado às obviedades.

Os moradores estão sós. E nada mais.

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