Caso Naja: Servidora afastada do Ibama denuncia esquema para licenciar bichos

Cobra naja de 1,5 metro que picou um estudante de veterinária em Brasília e está no Zoológico da capital federal

Afastada do Ibama por suspeita de fornecer a licença irregular para que a Naja kaouthia viesse ao Distrito Federal, a servidora Adriana da Silva Mascarenhas, 46 anos, denunciou que existe um esquema incrustado no órgão envolvendo o fornecimento irregular de autorizações para animais exóticos.

“Isso fica notório. Estão tentando me tornar irregular e todos que estiveram à frente, fizeram. A única coisa que posso dizer é que tem pessoas lá dentro que estão me perseguindo, assediando e me usando”.

Segundo o advogado da servidora, Rodrigo Videres, antes de serem concedidas, as licenças passam pelas mãos de outros funcionários. “Não é só uma pessoa que emite essas certidões. Provavelmente, outros servidores emitem esses documentos”, enfatizou. Ele disse, ainda, que os animais considerados ilegais sequer passaram pelo Cetas e questiona a atitude do órgão. “O juiz determinou que ela entregasse o crachá e o token. No entanto, um servidor do Ibama chegou na casa dela, recolheu esse material e ela não tem ciência de onde estão os itens”, questionou.

A polícia chegou à servidora após fortes indícios de que ela estaria envolvida com os fatos da investigação  relacionada à organização de tráfico internacional de animais silvestres. Com base na decisão da Justiça, ela é acusada de conceder uma licença irregular a Gabriel Ribeiro, em 12 de fevereiro de 2019. O termo, assinado pela funcionária, autoriza a entrega de uma cobra jiboia-arco-íris, nativa do Brasil, ao jovem. Porém, ele não tinha autorização para criá-la.

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