41 dias após o desaparecimento de Jonas Seixas, da Grota do Cigano, em Maceió, a Polícia Civil de Alagoas ainda não ouviu os policiais militares investigados na falsa operação que cumpria um falso pedido de prisão contra o pedreiro.
Segundo apurou o blog, o inquérito policial contém apenas três páginas e as investigações andam lentamente.
Sindicância interna aberta pela polícia militar é conduzida por um oficial do BOPE.
O caso foi assumido pela DEIC, com o delegado José Carlos, que estava de férias. Ao voltar ao trabalho, o caso saiu das mãos de José Carlos e foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios.
José Carlos é o mesmo delegado do caso Davi da Silva, desaparecido após abordagem de policiais da rádio patrulha em Maceió.
José Carlos investigou e denunciou os militares pelo sumiço do jovem.
Os policiais Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Victor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade abordaram Davi e, após ele ser espancado, foi levado em uma viatura e nunca mais encontrado.
Pronunciados pela justiça, eles irão a júri popular.
O desaparecimento de Jonas Seixas guarda semelhanças com o caso Davi.
Segundo a esposa de Jonas, Angélica Maria da Silva, 31, ele foi abordado quando descia na Grota, onde ele e Angélica moram com um casal de filhos.
Os policiais procuravam Jonas. Instantes antes desta abordagem, os policiais invadiram a casa de Angelica, às 16 horas. Ela havia voltado há pouco do trabalho. Sem ordem judicial, os militares diziam ter ordens para prender Jonas. Depois de mexer no guarda-roupa do casal e espalhar as roupas pelo quarto, os policiais foram embora e encontraram Jonas descendo a grota.
Ali, os militares jogaram spray de pimenta nos olhos dele e puseram na viatura. Angelica foi chamada às pressas. “Ele estava na mala gritando muito, com dor e batia na viatura para sair. ‘Tô passando mal, meus olhos ardem muito’, dizia. Ele pedia água e eles mandavam ele calar a boca”, descreve.
Os militares não permitiram que Angélica acompanhasse o marido na viatura. Diziam que ele seria levado para a delegacia. “Cheguei na delegacia e a viatura não apareceu. Fui a outras delegacias. Nada”. E não apareceu mais.
Uma resposta
Se seguir o paradigma do caso Davi, sera tambrm esse caso, encaminhado para um julgamento por Juri popular. Nessas circubstancias, uma forma de o Estado lavar as mãos e terceirizar a indivíduos desempoderados e sem qualquer aparato de segurança eficaz, a responsabilidade e o risco de condenar assassinos profissionais uniformizados.