Caso Jonas: PMs tentaram implantar álibi para se isentarem de crime

Os policiais militares tentaram implantar um álibi, uma mulher amiga de um dos PMs, para retirar a responsabilidade deles no sequestro, tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público, em que pede a prisão dos militares da guarnição que atuou contra o pedreiro Jonas Seixas.

A estratégia não funcionou. O depoimento tinha contradições.

Dizem as investigações que os policiais militares das equipes da Força Tática do BPE, Fabiano Pituba Pereira, Filipe Nunes da Silva, Jrdson Chves da Costa, João Victor Caminha Martins de Almeida e Tiago de Asevedo Lima chegaram ao extremo (tortura e assassinato) para não serem denunciados pela vítima.

Áudio

Pelo Whatsapp, via áudio, em mensagem encaminhada por um dos militares à noiva, é possível ouvir Jonas ao fundo, submetido a uma sessão de tortura.

“Isto porque foram obtidos áudios de whatsapp enviados por um denunciado à sua noiva, no momento em que, inclusive, os denunciados se encontravam na aludida região da mata por trás do Motel Ceqsabe, em que é possível ouvir, ao fundo, a voz de Jonas, no momento em que era submetido a uma sessão de tortura, quase uma hora depois do momento em que os denunciados alegaram ter liberado Jonas no viaduto de Jacarecica”, explica a denúncia.

O quê se sabe sobre o crime?

No dia 9 de outubro de 2020, por volta das 15h17, os denunciados, duas guarnições da Força Tática (I e II) compostas por policiais militares do BPE, no exercício de suas funções, desencadearam uma operação na Grota do Cigano, bairro Jacintinho, em Maceió, com foco no combate ao tráfico de drogas. No local, sem mandado de busca e apreensão, entraram na casa de Jonas Seixas, não encontrando qualquer ilícito.

Depararam-se, então, com Jonas no momento em que esse chegava em casa, voltando do trabalho, subindo as escadarias de um local conhecido como “beco do coco”, onde residia. Os denunciados mesmo sem encontrar qualquer ilícito com a vítima e nem haver mandado de prisão contra esta, colocaram-na na viatura após jogarem spray de pimenta em seu rosto. Sabendo do ocorrido e procurando informação, a sua companheira foi avisada pelos policiais que o levariam para a Central de Flagrantes. Imediatamente, ela se dirigiu à unidade da Polícia Civil, mas as guarnições não levaram Jonas Seixas para a referida unidade.

No decorrer das investigações, os denunciados informaram em seus depoimentos que teriam deixado a vítima nas imediações do viaduto de Jacarecica, mas, na verdade, levaram Jonas Seixas diretamente para uma região de mata por trás do Motel Cqsabe, onde ocorreram a sua tortura e execução.

Os policiais militares já se encontram presos temporariamente e o Ministério público pediu a conversão da prisão temporária e em prisão preventiva, na qual não há um prazo definido.

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