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Calheiros acertam na estratégia com Paulo Dantas e o fantasma que assombra Rodrigo Cunha

Comparando as pesquisas de janeiro e maio do DataSensus sobre a corrida eleitoral alagoana, dá para perceber que os Calheiros acertaram em atrair o prefeito de Pilar Renato Filho para o lado do hoje governador Paulo Dantas. Mas esse não é o principal motivo do crescimento do sertanejo olhando os dois cenários.

Em fevereiro, Dantas era um desconhecido deputado, de rala atuação na Assembleia Legislativa, mas preparado por Renan Filho e Renan Calheiros para o Governo. Em março, a família fez périplo pelo Estado, mostrando quem assumiria o Palácio República dos Palmares com a renúncia de Filho. Demorou alguns dias, foi eleito indiretamente pelos deputados e hoje concentra visitas e palanque entre duas e três cidades por dia, suspensas após os estragos das chuvas.

O Governo lhe deu hiperexposição e o colocou em posição competitiva na disputa estadual.

Isso era previsível mas Rodrigo Cunha subestimou este cenário. Seu discurso contra os Calheiros, em 3 de maio, no púlpito do Senado, acertadamente lido, mostra um candidato cheio de titubeios, temeroso, infantilizado por uma imagem construída por ele mesmo na disputa ao Senado lá atrás, em 2018, que jogou a provocação para Renan Calheiros e ele, acertadamente, não mordeu a isca.

Não mordeu a isca porque Calheiros sabe que Rodrigo Cunha é (ainda!) um peixe pequeno. Maior e mais robusto é Arthur Lira e sua agenda anti-povo na Presidência da Câmara dos Deputados, empurrando a Petrobrás ladeira abaixo para que os preços dos combustíveis sigam nas nuvens, mais e mais acima do que os bolsos dos brasileiros possam pagar.

Paulo Dantas tem expressões hiperbólicas em seus discursos, repetidas e quase enfadonhas mas vem sendo bem trabalhado por sua assessoria. Escolheu um desnecessário desgaste em manter as festas juninas por um motivo minúsculo: seu nome será repetido no topo dos palanques, numa celebração cercada por uma tragédia reconhecida por decreto pelo próprio Governo. Mesmo assim, nas redes sociais, a avaliação é positiva.

Rodrigo Cunha segue à sombra de Arthur Lira, sua provável vice Jó Pereira vem se preparando com mais afinco para enfrentar situações em que terá de ter respostas (o cenário nacional com o presidente Jair Bolsonaro é uma delas) mas a caravana Rodrigo Cunha sequer empolga os prefeitos que tomará emprestado de Arthur Lira.

Por último, um cenário se desenha sem desdem: a presença de Rui Palmeira na disputa. Sem estrutura de campanha, movido pelas duas gestões como prefeito de Maceió, Palmeira, se chegar ao segundo turno, incomoda mais Rodrigo Cunha que Paulo Dantas. Se ficar de fora e no segundo turno, decide a eleição.

As pedras se mexem.

Uma resposta

  1. Rodrigo Cunha Senador apagado,votou contra os trabalhadores.o povo que só assiste as matérias de crime também sabe a história dos políticos,e com certeza vai ter resposta.

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