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Bolsonaro, toada da morte e mudanças para continuar o mesmo

Uma semana separa a mudança do tom de Jair Bolsonaro e a mudança de juiz nas investigações da rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio.

Fabrício Queiroz foi descoberto na casa do advogado de Flávio Bolsonaro.

As investigações sobre a rachadinha no Rio ligam milícias e corrupção a amigos e o filho 01 de Jair Bolsonaro. O desdobramento deste material é imprevisível.

Sete dias depois da descoberta do Queiroz, dois dos três desembargadores da 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ decidiram que as investigações contra Flávio Bolsonaro ficam, agora, a cargo do Tribunal de Justiça do Rio, não mais com o juiz Flávio Itabaiana Nicolau.

Vitória para Flávio e Jair. A próxima etapa: os advogados do filho do presidente vão buscar anular as investigações que correm no Ministério Público.

Jair, olhando para o presidente do STF, Dias Toffoli, falou em entendimento e cooperação entre os poderes.

Jair, olhando para os governadores do Sul e do Sudeste, diz que vai sancionar o marco do saneamento- que autoriza a privatização da água e do esgoto.

Jair, olhando para os governadores do Nordeste e o Centrão, vai ao Nordeste nesta sexta-feira (26) inaugurar uma etapa da transposição do rio São Francisco.

O Nordeste é reduto eleitoral do PT; o Ceará é reduto da família Gomes- de Ciro e Cid.

Bolsonaro perdeu as eleições no Nordeste, tratado por ele, Bolsonaro, como região de “paraíba”.

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, busca convencer o governador do PT, Camilo Santana, a ir à inauguração, posar ao lado de Bolsonaro, representando toda a região. O ministro já está no Ceará.

Jair, olhando para os generais, indica o economista Carlos Alberto Decotelli para o Ministério da Educação.

Decotelli fala em “diálogo com a imprensa”.

Jair, fingindo não ver os mortos da pandemia, continua em silêncio sobre os 55 mil brasileiros que não voltam mais para este mundo.

1,2 milhão de brasileiros- fora os subnotificados- estão contaminados.

Empresários, com o aval de Bolsonaro, pressionam governadores para os fins das medidas de isolamento social.

O coronavírus avança pelo interior do Brasil. 1/3 das etnias indígena foi atingida pela doença. São 111 povos indígenas,  7.753 infectados, 349 mortos.

O ódio continua, não há trégua para a destruição.

Metade das pessoas em favelas não consegue se prevenir na pandemia porque há os que não têm renda nenhuma, estão fora do auxílio emergencial, não tem como lavar as mãos, não tem sabão em casa.

O Brasil segue exterminando os pobres e dando mais chances aos ricos, com o marco do saneamento que os ricos juram que vai beneficiar os pobres.

Não vai.

O Jair Bolsonaro e toda a engrenagem que o mantém no poder seguem funcionando, triturando os inimigos do regime.

E o final já sabemos: tudo acaba em morte.

Uma resposta

  1. Caro Odilon,
    Parabéns pela avaliação certeira. E, enquanto isso, os que se dizem oposição ao Desgoverno Bolsonaro não se acertam quanto a estratégia a seguir. Alguns inclusive ainda apostam “em diálogo”. Infelizmente, no horizonte só se avista a Morte…

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