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Bolsonaro encena indignação, ao enterrar Renda Brasil

O presidente Jair Bolsonaro fala à imprensa após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no ministério.

Jair Bolsonaro encenou indignação com a equipe econômica. Quis mostrar descontentamento nas discussões sobre congelar aposentadorias para gerar dinheiro e bancar o Renda Brasil, o substituto do Bolsa Família.

A um presidente de extrema direita cuja pauta gira em assuntos como destruição, fim, acabar, não renovar, retirar, enxugar, a indignação é uma mentira deslavada e dita sem acanhamento, como Bolsonaro costuma fazer.

O novo normal da atual era está nas mortes diárias (e invisibilizadas) por coronavírus; os incêndios no Pantanal e na Amazônia terem significado menor e as tantas reformas de Estado anunciadas, cujos cortes são tão radicais que apenas um candidato eleito nas condições de Jair Bolsonaro dariam a ele a chance de levar adiante. Uma pauta cheia de ódio pelo povo.

O Congresso se mexe para construir um programa de renda mínima, já ue Bolsonaro enterrou aquele que chamaria de ser. Pode ser uma resposta eleitoral, levando em conta os deputados federais precisarem mostrar às suas bases uma independência que eles não possuem na vida pública.

Ou ser uma bravata, levando em conta a superproteção a um presidente da República que acumula mais de 50 pedidos de impeachment- e tratado pelas instituições como se nada existisse. Nem as rachadinhas familiares.

A experiência, porém, pode ainda ser revertida ao cinismo bolsonarista. O auxílio emergencial foi uma pauta da esquerda, defendida pelo Congresso contra os gostos de Jair, agora seu maior defensor.

Um programa de renda mínima é uma pauta antiga da esquerda. E Bolsonaro pode aproveitar a movimentação do Congresso para realizar sua bravata. A um mentiroso convicto e psicopata assumido, transformar limão em limonada é mais fácil que responder sobre os R$ 89 mil do Queiroz depositados na conta da primeira-dama Michelle. O Congresso ajuda a amenizar a porrada.

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