Analisar a sociedade da qual fazemos parte é uma forma de inserção participante da qual não conseguimos isolar emoções, porque sabemos o que pode nos alcançar os corpos a partir dos desfechos macros, em nossos territórios micros.
O cientista social é um espectro anônimo, equilibrando razão e emoção para não cair no erro dos fenômenos aflorados como surpresas porque em sociedade os trilhos encarrilam com a história e as forças que a movimentam.
Assim sendo, não há como elencar surpresas reais nos resultados das eleições no primeiro turno.
Assistir âncoras televisivos afirmando que o bolsonarismo saiu fortalecido das urnas é simplificar compreensões, desconsiderando a imensa teia protetiva que as instituições brasileiras oferecem largamente ao multiplicar da banalização dos crimes cometidos por Bolsonaro desde 2018.
O bolsonarismo vigorou pela força conferida de fora, permitindo inclusive o morticínio corporal, além de toda afetação civilizatória que demandou desta presença na presidência do país.
Mas a dor das histórias brasileiras reais aglutinou desejo de vida, como única forma de proteção coletiva, combatendo a mentalidade bolsonarista com o vigor possível, pois cada ente carregou sua própria história ferida pela anti-ciência, desemprego, carestia, perseguições e desamor na rotina de encontros e desencontros.
Esta reação fez frente a uma estrutura perversa e não foi fácil fazer a luta com o temor da violência, mas ainda assim o clamor rasgou este país continental e venceu em percentual todo investimento estrutural, mas não foi ainda suficiente para resgatar o país, por isso a luta de insurgência e resistência continua.
Estou na roda com as mulheres que não fraquejaram, e nossa certeza de reafirmar esforços para a libertação política com força institucional amanheceu mais madura, risonha e determinada a não recuar.
Nestes dias Lula não será apenas um candidato, se transformou em caminho, rota, possibilidade aberta de reconquista da voz, da proteção, da vida de todos os brasileiros, quando os bolsonaristas preconizam a morte dos diferentes.
Votar em Lula é a única forma de preservar uma identidade humanizada e garantir aos infantes outras tardes de alegria e livre caminhar rumo ao futuro.
Estamos em campanha pela vida!
