Barroso e Gilmar Mendes expressam insatisfação após a aprovação de PEC no Senado

Após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Senado, que visa proibir decisões individuais do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ressaltou a importância de preservar as instituições em detrimento de interesses políticos.

Ele destacou que não se pode permitir que cada setor contrariado por decisões do Tribunal busque modificar sua estrutura e modo de operação. Barroso enfatizou que o STF, por sua responsabilidade de julgar questões complexas e controversas, inevitavelmente desagrada diversos segmentos políticos, econômicos e sociais.

Segundo ele, não há razão para alterações constitucionais com o objetivo de modificar o funcionamento das instituições, uma vez que o STF tem cumprido seu papel de defender a Constituição, salvaguardar a democracia e proteger os direitos fundamentais.

O ministro Gilmar Mendes também se manifestou contrário à proposta, classificando-a como uma ressurreição de um projeto anteriormente rejeitado e enfatizando que o STF não aceita intimidações.

Mendes criticou os autores da PEC, afirmando que eles começaram como supostos estadistas e acabaram sendo vistos como pigmeus morais. A PEC agora seguirá para a Câmara dos Deputados, no entanto, o presidente da Casa não a considera uma prioridade nacional.

A proposta proíbe decisões monocráticas do STF que suspendam a efetividade de uma lei e estabelece regras para tais decisões durante o recesso do Judiciário.

Além disso, determina que processos que requeiram a suspensão da tramitação de projetos de lei que afetem políticas públicas ou acarretem despesas também devem obedecer às mesmas regras do recesso judiciário.

Por fim, a proposta estabelece prazos para o julgamento do mérito de ações que solicitam a constatação de inconstitucionalidade de uma lei.

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