Assessora de Renan mentiu ao dizer que ele não estava em casa, afirma oficial

O oficial de Justiça Wessel Teles de Oliveira informou nesta terça-feira (6) ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que uma assessora do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mentiu ao dizer que o peemedebista não estava em casa na noite desta segunda.

Oliveira enviou ofício ao STF para dizer que tentou por duas vezes, sem sucesso, notificar o senador sobre a decisão liminar de Marco Aurélio de afastar o peemedebista da presidência do Senado.

O oficial de Justiça relatou no ofício que esteve na residência oficial da presidência do Senado na noite desta segunda (5) e que permitiram a entrada dele até porta.

Disse que consegui ver, pela porta, Renan Calheiros conversando com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas que, mesmo assim, uma assessora disse que o peemedebista não estava na residência.

O oficial afirma que contestou a informação, mas que ela manteve a versão de que ele não estaria em casa. No documento, Oliveira afirma que fotógrafos registraram imagens de Renan Calheiros no local.

O oficial afirmou ao STF que a assessora pediu que ele retornasse no outro dia, às 11h, e que assim foi feito. Ele relata que aguardou no Senado por quatro horas, sem sucesso, para entregar a notificação a Renan.

No documento, Oliveira afirmou ter sido alvo de “tratamento evasivo” por assessores do parlamentar e disse que, após quatro horas de espera nesta terça, recebeu cópia do ato da Mesa Diretora do Senado que afirma que não será cumprida a liminar até julgamento do caso pelo plenário do STF.

“Fui submetido a toda ordem de tratamento evasivo dos assessores, que ora se revezavam em afirmar que o senador estaria em reunião, ora me deixavam sem nenhuma informação concreta. […] Depois de certa insistência, obtive contato com o chefe de gabinete, Alberto Cascais, que me entregou o documento anexo informando a recusa em receber a notificação. Diante do exposto, devolvo o presente mandado sem o seu efetivo cumprimento”, diz o documento.

Apesar de o oficial se referir a Alberto Cascais como chefe de gabinete, ele é, na verdade, advogado-geral do Senado.

O oficial também relatou em outros dois documentos ter tentado notificar, sem sucesso, os senadores Vicente Alves de Oliveira (PR-TO), primeiro-secretário da Mesa do Senado, e Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado. Os dois teriam se recusado a assinar o documento.

Fonte: G1

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