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Assassinato de Nô Pedrosa revela face cínica da classe média alagoana

Desprezado em vida e transformado em ícone após ser assassinado, Nô Pedrosa mostra como a classe média alagoana lida com os grupos de extermínio que “limpam” as ruas de Maceió.

Grupos de extermínio que agem impunemente. Quem os contrata? Por que eles sobrevivem há décadas? O silêncio- agora quebrado pela brutalidade do assassinato de um conhecido personagem local- nos ajuda a derrubar parte da máscara da nossa hipocrisia.

Não foram poucas as homenagens a Nô Pedrosa, em seu velório, que “esqueciam” o seu assassinato e lembravam, por conveniência, sua vida de mendicância “por um ideal”.

Uma tolice do senso comum mais raso. O ideal de Pedrosa era a justiça social. Levou isso até as últimas consequências. Morto, pode ajudar a revelar quem paga grupos de pistoleiros para executarem os indesejáveis que perambulam pelas ruas da capital.

Nossa classe média não teria coragem para tanto. Apenas bufa suas imprestáveis teorias do mundo.

Em União dos Palmares, um grupo de extermínio é desmontado. Por trás dele há policiais militares. Ao menos nove homicídios teriam sido executados por eles.

Quem pagou aos policiais para matar desafetos? O Ministério Público pode ter esta resposta. Ou não.

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