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Arthur Lira, voto impresso e a declaração de fidelidade a Bolsonaro

Alan Santos/PR

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), é pressionado tanto por empresários quanto por Jair Bolsonaro a acelerar as discussões sobre o voto impresso auditável, agora a única plataforma do mandatário do Palácio do Planalto, temendo derrota no segundo turno na votação do ano que vem.

Em Alagoas, Lira ajudou a incendiar a tropa bolsonarista, ao dizer que apoia a iniciativa:

“Deve estar sendo instalada hoje a comissão na Câmara dos Deputados para que a gente possa votar no plenário e, daí, mandar para o Senado em tempo hábil para que as providências sejam tomadas e a voz da população seja ouvida. Nós queremos votar e ter a certeza de que esse voto é confirmado da maneira com que a gente colocou”.

Num Brasil de trágicos recordes negativos de desemprego, fome, pandemia, o presidente da Câmara tinha bastante coisa a falar num palanque montado para a sua base eleitoral. Mas Lira parece querer embaralhar o jogo democrático, sendo peça fiel dos desmandos de Bolsonaro, pondo na mesa discussões para despistar a catastrófica administração do seu padrinho.

O debate sobre o voto impresso auditável serve para prejudicar a imagem do TSE, maior defensor das urnas eletrônicas, num sistema que garantiu vitórias a Bolsonaro & filhos no carreirismo político. Bolsonaro quer fechar o STF, e como o TSE tem entre seus componentes ministros do Supremo, nada como criar novos inimigos num país conflagrado, reprimido pelos criminosos oficiais.

Neste país apático, com pessoas cheias de tristeza, espanto e fragilizadas, Arthur Lira é chamado de “pai do voto impresso” pelo seu chefe.

A mãe, diz Bolsonaro, é a deputada bolsonarista Bia Kicis, que preside a CCJ da Câmara e encabeça a comissão que analisa a proposta de emenda à constituição.

Andando a cavalo numa convocação de aglomerações a favor dele mesmo, Bolsonaro disse que Lula ganhará as eleições em 2022 “se não tivermos o voto auditável”:

“Se tiraram da cadeia o maior canalha da história do Brasil, se para esse canalha foi dado o direito de concorrer, o que me parece é que, se não tivermos o voto auditável, esse canalha, pela fraude, ganha as eleições do ano que vem. Não podemos admitir um sistema eleitoral que é passível de fraude”.

É esse o Brasil que Bolsonaro deseja. Um lugar medieval, onde tudo é mentira e só ele é a verdade. E Arthur Lira, neste cenário cada vez pior, é convocado pelo capitão a marchar em defesa do seu mito. A democracia está em risco. E Lira, em defesa do Centrão, é um personagem apequenado, ocupa um patamar muito inferior a quem deveria estar à altura do comando do legislativo federal.

Alguém duvidava que a resposta deste deputado federal seria diferente?

Uma resposta

  1. Há mais de 30anos que Bolsonaro e seus filhos são eleitos com votos eletrônicos. Por que só agora as urnas não são confiáveis? Artur Lira sabemos o que vocês fizeram no verão passado. Sempre eleito com voto impresso, mas….

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