Apesar de promessa, JHC avalia passe livre para menos estudantes

Os estudos técnicos da Prefeitura de Maceió que discutem a implantação do passe livre levam em conta o impacto da medida nos cofres do município. Por ordem do prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PSB), a administração quer repassar R$ 2,5 milhões por mês para as empresas de ônibus, incluindo subsídios, mas este valor pode ser maior, caso o prefeito mantenha a proposta original de implantar o projeto para todos os estudantes- os da rede pública e privada.

Por isso, a ideia é que o prefeito enxugue o público a ser atingido pela proposta: ao invés de todos os estudantes, deixam de pagar a passagem alunos das escolas, universidades ou faculdades públicas; os cotistas e os incluídos no Bolsa Família.

Não é a primeira vez que um gestor alagoano anuncia uma ação deste tipo. Em 2015, o governador Renan Filho (MDB) anunciou o passe livre, ou seja, os estudantes das escolas públicas não precisariam mais dos ônibus escolares e poderiam andar nos ônibus de graça. A medida não avançou e Renan Filho engavetou o projeto.

Na campanha eleitoral, JHC recauchutou a proposta, ligando-o a uma ideia principal: diminuir o valor da passagem nos ônibus. Mas, apesar de instado pelo Ministério Público Estadual a apresentar os estudos do impacto financeiro nos cofres da Prefeitura, ele ainda não apresentou esta documentação.

Ao mesmo tempo, logo quando assumiu a administração municipal, ele revelou um rombo de R$ 300 milhões deixado pelo ex-prefeito Rui Palmeira (sem partido). A Secretaria de Economia anunciou que, por causa deste cenário, estavam suspensos os concursos públicos e aumentos para os servidores públicos e a medida poderia atingir até a reposição anual do salário pela inflação.

Mas, conforme revelou este blog em 2 de abril, técnicos da Prefeitura prometeram, em reunião no Ministério Público do Trabalho, que repassavam R$ 1,5 milhão para as empresas de ônibus através de subsídios e tinham proposta de pagar mais R$ 1 milhão, por conta do desequilíbrio econômico-financeiro das empresas.

A proposta é considerada boa, segundo apurou o blog com o Ministério Público Estadual, que acompanha os debates em torno do transporte urbano na capital desde a licitação dos ônibus, ainda quando Rui Palmeira administrava a cidade. Mas, o principal é que o prefeito diga de onde virá o dinheiro, o que ainda não foi revelado por ele.

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