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Aniversário do Coletivo Mulheres que Escrevem

Porque ser mulher é a experiência histórica mais transformadora desse tempo e nossas pegadas ficam na poeira da vida,  faremos o possível para que elas não sejam apagadas.

Sim, existe uma história do Coletivo Mulheres que Escrevem!

Ela é tão original quanto nossas braçadas por sobrevivência em uma sociedade cortada por interesses e domínios, envolvendo instituições e pessoas comuns na mesma desigual batalha por um território de expressão, seja das artes ou das vozes que vêm do coração.

Como mulher alagoana trago em meu corpo e nas cicatrizes que hoje ornam minha alma sobrevivente, todas a retiradas e negações que esta terra oferece sem pudor.

Aqui nossas lágrimas são mais grossas. A solidão de quem fala é ensurdecedora. A institucionalização da voz é ferrenha, elitista e insensível.

Temos muito a dizer, mas a mordaça do silenciamento passa de mão em mão, entre inimigos e supostos amigos, no círculo da força bruta sorridente, que neutraliza, espanta e confunde, mas trabalha para o poder.

Assim foi gestada a necessidade de construir um território livre de influências partidárias, onde nada nos impedisse de fluir um movimento antigo que aprendemos a ritmar desde o ventre das nossas ancestrais, não importa se elas foram negras ou brancas, ciganas ou sinhás, porque nesta corrente de espasmos pela vida todas as mulheres do mundo participaram e perderam, e recuperaram e pariram esperanças.

Foi para falar que este Coletivo nasceu.

E no dia 19 de março de 2019, no auditório Aqualtune, Palácio República dos Palmares, em Maceió, o seminário que marcou a criação deste território de gênero foi ministrado por Leneide Austrilino Petta, Edna Lopes e Ana Lúcia Gomes de Barros, que trataram do mesmo tema: Mulheres que Escrevem: da Historiografia à Poesia.

Desde então, leituras e escritas marcam passagem com publicação de livros, luau, sarau e muitos objetivos em pauta, para utilizarmos este território a contento de acordo com nossas demandas literárias, que são vida, e vida em abundância.

Parabéns a todas as pessoas que contribuíram com esta jornada!

A estrada segue aberta.

 

SOBRE O AUTOR

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