Enquanto acontecia a audiência na Holanda sobre o caso Braskem, o presidente da Petrobras Jean Paul Prates se reunia com o CEO da Adnoc (Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi) e ministro da Indústria e Tecnologia dos Emirados Árabes Unidos, Sultan al Jaber.
Na mesa, a discussão sobre o futuro da Braskem. A estatal de petróleo árabe é favorita para comprar a fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na fábrica. A Petrobras tem 36,1% do capital da Braskem.
O que pode atrasar as negociações? A CPI da Braskem no Senado, que ainda não começou porque o presidente Lula trava as articulações.
A empresa disse em Roterdã, na audiência que apura a responsabilidade sobre a tragédia ambiental em Maceió, que houve adesão de 99% dos moradores dos bairros atingidos e 94,5% do total esperado, segundo registra a CNN, foram pagos, no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação.
Problema, dizem os moradores, é que as indenizações foram minúsculas. Daí a chance de a Corte holandesa ser justa, porque a justiça vem sendo negada no Brasil.
Exemplo disso: a vereadora Teca Nelma busca instalar a CPI da Braskem no legislativo municipal. Tem 7 asssinaturas e precisa de nove.
Nelma é do PSD e, como sabemos, o maior interessado em uma investigação (federal) sobre a empresa é o senador Renan Calheiros, do MDB.
Ontem estão os demais vereadores do partido?
Sem pressão, os moradores dos bairros atingidos pelo afundamento serão ignorados. A justiça alagoana vem negando ações por danos morais movidas contra a Braskem. E, como sabemos, o Judiciário tem motivações politicas, o que não significa partidárias. Mas ele escolheu seu lado, como os personagens que conhecemos tão bem escolheram os seus e nem sempre a favor das vítimas.
Eis o problema.