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A melhor estratégia é sobreviver

O termômetro da agonia registra febre nas redes sociais, e confusões éticas, estéticas e esotéricas, misturam condimentos aleatórios na alquimia fascista deste tempo. Nenhum de nós está imune no todo, e muitos estão debandando por cansaço emocional.

A plataforma de guerra virtual está ocupada pelos inimigos da paz real.

Há um exército de robôs, milícias onlines e muitas más notícias sendo veiculadas segundo a segundo. As vidas reais estão recebendo imposição de novas configurações, e os indivíduos buscando amparo nas telas, grupos e páginas. Há tempos que a internet não é mais um mundo paralelo, sendo para muitas pessoas o único mundo no qual habitam.

Como não perder de vista os objetivos válidos, neste contexto que confunde, coage, influencia e até determina destinos?

A estratégia mais acertada preservará o bater constante do músculo essencial, sem angustiantes sensações de fraquezas e sufocamentos. Preservar a força interna, que haverá de ir além dos contextos, e nos manterá nas trincheiras da esperança, será sabedoria.

Não me permitirei sofrer por todas as coisas, nem mesmo por todas as pessoas, porque a vida escorregará das nossas mãos e cuidará de seguir além; o sacrifício será uma escolha imatura.

Sobrevivência é manutenção da luta, é resistência.

Ainda não acabou o tempo de ser gente. Mesmo nas veredas da virtualidade, a realidade não é apenas o que engole e rasga os sonhos. Muitas notícias falsas buscarão sugar princípios e convicções, pois desanimar o outro é uma forma de vencê-lo.

Sobreviva e viva. Vivendo, lute. Os tempos dirão que as melhores estratégias salvaram pessoas, sabores e poesias.

Uma resposta

  1. A minha batalha diária é justamente essa ‘não desanimar’. Não perder a dimensão extraordinária das experiências da vida por entre as violências ordinárias cotidianas. O meu grande desafio, nestes dias, é conseguir não me sentir rodeada de inimigos e não odiar ninguém . Só mesmo orando e vigiando muito.

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