Entre a necessidade pessoal e as imposições do mercado, um fio tênue chamado identidade, vai justificando a corrida da juventude brasileira rumo ao curso superior, com ou sem SISU muitos entrarão na lista dos graduandos. Por trás desse alvoroço inúmeras famílias em luta, condicionantes espalhadas na mídia, sonhos novos. Contudo, ainda é uma parcela, apenas.
Outros, aqueles que foram deixados para trás pelas regras do sistema, que tiveram lutas mais árduas a travar pelo pão, que foram arranhados mais profundamente para vestir uma identidade desenhada pela política do mal, estes, continuam sem sonhos de elite, lendo na cartilha atroz de toda má sorte.
Os jovens que matam e morrem todos os dias, alimentando a fome das personalidades violentas dos expectadores e telespectadores sociais. Seus corpos estirados em poças de sangue não comovem. Não estavam cotados nas listas das faculdades. A vida engoliu infância e juventude de um gole só. Juventude feita bandida, marcada para morrer no país que chama ladrões e assassinos de elite de “doutores”.
Identidade desfigurada, servindo de isca para o narcotráfico, a justificar a inércia da política, da religião, da justiça, de cada cidadão.
Se for pobre, se for preto, se for semianalfabeto…fim de feira, resto de gente, produto a ser descartado a qualquer dia, a qualquer hora. Por ele quem chora?
