Por que as CPIs do Crime não vão punir vereadores e deputados acusados em assassinatos?

Em todos os crimes, a resposta da Assembleia foi criar uma lei "blindando" deputados da prisão. Qualquer juiz de Alagoas está proibido de decretar a prisão de um parlamentar. Um cinismo não maior que uma CPI da Pistolagem

Apesar do tom de cobrança na Assembleia Legislativa – em criar uma CPI da Pistolagem- e da Câmara de Vereadores de Maceió- CEI da Violência- é quase improvável (ou impossível) que as duas comissões punam, por exemplo, deputados estaduais, fartamente citados em relatórios nacionais- CPI da Pistolagem e do Narcotráfico, para citar dois.

A própria Câmara de Vereadores nunca abriu uma investigação para apurar o envolvimento do vereador Luiz Pedro da Silva, o quarto mais votado em Maceió, em crimes de mando, no Tabuleiro dos Martins- graças ao mérito do seu Sebastião, pai de um dos mortos pelo vereador, que denunciou a truculência.

A Assembleia tem três deputados – Antônio Albuquerque (PT do B), Cícero Ferro (PMN, na suplência) e João Beltrão (PRTB)- citados em 12 assassinatos. Crimes sem castigo e com festa, como aconteceu na morte do cabo da Polícia Militar, José Gonçalves.

Em todos os crimes, a resposta da Assembleia foi criar uma lei “blindando” deputados da prisão. Qualquer juiz de Alagoas está proibido de decretar a prisão de um parlamentar. Um cinismo não maior que uma CPI da Pistolagem.

A explicação mais lógica? Uma CEI ou uma CPI duram 180 dias. E o tempo, em ano eleitoral, pode ser muito para as duas Casas, com candidatos em potencial às prefeituras de Alagoas. Algumas delas refens do gatilho de protegidos pelos legislativos.

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