Milionários disputam eleição em munícipios miseráveis de Alagoas

O milhão e o tostão dividem espaço nas eleições deste ano em Alagoas. É o que se percebe na lista dos candidatos a prefeito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)- que ainda não está completa- mas desenha um cenário que deve prevalecer nesta votação: o candidato do PP na Barra de São Miguel, Zezeco, tem, de longe, a maior fortuna: R$ 9 milhões (exatos R$ 9.037.968,66).

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Ele bate chapa com a filha do suplente de deputado estadual Cícero Ferro, Thacianny Ferro (PTB). Ela declarou, ao TSE, não possuir um único bem. A Polícia Federal investigou a filha de Cícero Ferro, na Operação Taturana, e descobriu que ela apresentou movimentação financeira, em 2007, de quase dois milhões de reais (exatos R$ 1.943.844,94).

Mas, ao Imposto de Renda, declarou ter renda de R$ 18.713,95, em 2005. Em 2005, declarou-se isenta de pagar imposto.

Cícero Ferro movimentou, pelo que constam nas investigações, R$ 25 milhões. Ferro é acusado em dois asssassinatos e de ameaçar jornalista.

Viçosa e São Miguel

O candidato do PRTB em Viçosa, João Bosco, é o segundo mais rico a disputar a chefia do Executivo: uma fortuna de R$ 2,3 milhões (exatos R$ 2.380.000).

Ele vai à disputa contra o atual prefeito (disputa reeleição) Flaubert Filho (PPL), com patrimônio de R$ 158.611,64; e Djalma Passos (PPS), com nenhum bem declarado ao TSE.

O terceiro mais rico está em Junqueiro. Fernando Soares Pereira, do PTB, declarou possui seu vistoso milhão (R$ 2.173.243,17). Vai enfrentar Onaldo (PSDB), com bens em R$ 150 mil.

O quarto candidato a prefeito mais rico é o usineiro Nivaldo Jatobá, em São Miguel dos Campos: R$ 2,1 milhões (exatos R$ 2.139.195,43).

Entre os bens do candidato João Bosco, em Viçosa- um conjunto hoteleiro (valor de R$ 300 mil); um conjunto residencial em Porto de Pedras (R$ 120 mil), terrenos, casas.

Já Nivaldo Jatobá tem terrenos, muitas casas- a mais cara delas no valor de R$ 435 mil, em Maceió.

Em maio, ele foi indiciado foi indiciado pela Polícia Federal pela prática de trabalho escravo e redução dos direitos trabalhistas. Os agentes da PF flagraram cerca de 50 trabalhadores na colheita do coco na fazenda Gunga- próximo à praia do Gunga- na cidade de Roteiro.

Em setembro do ano passado, ele teve que se explicar à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga Delegacia Regional do Trabalho). Acumulava nove infrações na CLT- a lei trabalhista.

Em junho do ano passado, o procurador da República, Gino Sérvio Malta Lôbo, abriu ação civil pública para investigar o usineiro. Isso porque a mulher dele (e ex-prefeita, cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral) estaria usando dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para a compra de peças na Alagoas Diesel- de propriedade de Jatobá.

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