Com agências
Dados da agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO) indicam que um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado. De acordo com o instituto sueco SIK, 1,3 bilhão de toneladas de alimento são desperdiçados por ano.
Isso equivale a mais da metade de toda a colheita de grãos no mundo.
O estudo mostra que existem formas diferentes de se desperdiçar alimentos- a depender da situação econômica de um país.
Os mais desenvolvidos, por exemplo, e os emergentes- como Brasil e Índia- desperdiça-se a mesma quantidade de alimentos: 670 milhões de toneladas por ano nos países ricos e 630 milhões nos países em desenvolvimento.
Nos países mais pobres ou em desenvolvimento, a comida é perdida durante a produção ou o transporte- antes de chegar a mesa. Nos lugares mais ricos do Globo, a maior parte do desperdício acontece quando os alimentos já foram comprados pelos consumidores.
Isso significa que eles vão para o lixo- antes do prazo final de validade
As médias de desperdício per capita também são muito maiores em países industrializados. Na Europa e América do Norte, cada pessoa desperdiça entre 95 a 115 quilos de alimentos por ano. Na África Subsaariana, a média per capita é de seis a 11 quilos.
A quantidade total de alimentos desperdiçados nos países industrializados apenas pelos consumidores (222 milhões de toneladas) é quase equivalente à quantidade total de alimentos produzidos na África Subsaariana (230 milhões de toneladas).
Na América Latina, o maior índice de desperdício se dá na produção de frutas e vegetais. Segundo a FAO, mais de 40% das frutas e vegetais produzidos são desperdiçados durante o processo de produção, pós-colheita e embalagem.
O recém-eleito diretor-geral da FAO (agência da ONU para agricultura e segurança alimentar), José Graziano da Silva, disse nesta segunda-feira prever que os preços dos alimentos continuarão altos por vários anos.
“Este não é um desequilíbrio temporário…Enquanto não alcançarmos uma situação financeira global mais estável, os preços das commodities refletirão isso”, disse Graziano em entrevista à imprensa, em Roma.
Segundo o ex-ministro brasileiro, países pobres que precisam importar alimentos serão os mais afetados e a FAO precisa oferecer mais ajuda a eles.
“Nos próximos anos, esta será uma área mais relevante, na qual a FAO pode desempenhar um papel importante, ajudando estes países a lidar com a volatilidade.”