Em 20 de setembro do ano passado, a Polícia Civil de Alagoas prendeu Sânia Tereza, da cidade de Anadia, 88 quilômetros de Maceió, acusada de matar o vice-presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Ferreira (PPS), no dia 3 de setembro.
De acordo com a polícia, Sânia e o marido, Alessander Leal, tramaram a morte do vereador- que seria o “voto de Minerva” em um pedido de cassação contra a chefe do Executivo municipal por uma série de irregularidades- desde falta de licitação para a compra de merenda escolar e combustível até o remanejamento, sem autorização da Câmara, de R$ 7 milhões.
O pedido de cassação dependia de uma mudança no regimento da Câmara- que proíbe a cassação do chefe do Executivo municipal.
O regimento seria alterado no dia 1 de agosto, mas faltou luz no plenário do legislativo municipal- e a votação foi suspensa para o dia 8. Luiz Ferreira foi executado três dias antes.
Horas antes de ser morto por 11 tiros, Luiz Ferreira anunciou em uma rádio, na cidade de Maribondo, que se lançaria à Prefeitura de Anadia.
Sânia Tereza era candidata à reeleição e é investigada ou citada por corrupção em 11 órgãos- entre eles Ministério Público Estadual e Federal.
O crime foi executado pelo primo de Sânia, o cabo da Polícia Militar Cláudio Magalhães da Silva e mais pessoas, todos presos.
Sânia Tereza já se envolveu em uma confusão, em 2010, com o vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Antônio Albuquerque (PT do B). Ela proibiu o parlamentar e um candidato dele de participarem de uma cavalgada, em Anadia.
Em julho, o marido da prefeita agrediu um médico dentro do hospital da cidade. Ele teria se recusado a atender um afilhado político.
“Meu marido era um homem de bem que não tinha qualquer inimigo. Ele se sentia seguro em Anadia e não havia recebido qualquer ameaça de morte. O único problema que tinha era a questão política do pedido de afastamento de Sânia Tereza, que vinha fazendo insistentes ligações para ele, querendo convencê-lo de que não havia feito desvios na prefeitura municipal, além de ele ter o desejo de se candidatar ao cargo de prefeito”, disse a viúva de Luiz Ferreira, Rita Luíza.
A defesa de Sânia nega a acusação. “O verdadeiro criminoso está solto. E mangando da cara da Justiça”, disse o advogado, Raimundo Palmeira.
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