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A morte como solução continua presente no governo de Renan

A sombra da morte paira outra vez sobre Alagoas, em dose avolumada, densa.

Todos os dias os salpicos da violência nos afetam. Morre gente, não importa a designação que se escolha. Morre de morte violenta, matada, planejada ou não.

Como fazer a vida vicejar neste pântano social espesso?

Todas as vezes que o Estado presta contas sociais com saldo de corpos, um arrepio sinistro percorre o dorso de quem ainda não perdeu o toque de humanidade.

Isso é sinônimo de Segurança Pública?

Governador Renan Filho não nega sua verve de justiçamento. Mas essa postura é anti-humana, e forjar legalidade com sangue não deve ser a característica de governo algum.

Para além de discutir polícia boa ou ruim, discutimos política de governo banhada em chacina, como algo reprovável, pois todo bandido que caia nas malhas da lei deve ser penalizado em acordo com os códigos legais. Se não, para quê temos aparato formal ?

Triste final de agosto sobre o seu governo, Renan Filho. Esse reforço na morte como solução apenas revela sua dificuldade em ser estadista, e realça raízes fincadas no autoritarismo arbitrário, que continua mantendo Alagoas na lista dos piores lugares para nascer e viver.

Não condeno polícia, isso é simplificar.

Não defendo bandido, isso é desqualificar o pensamento crítico.

Mas como cidadã reservo a mim este direito de expressar indignação quando o Estado assina por mais uma chacina. Pois a morte não deve ser apresentada a sociedade alguma como solução.

As consequências desse feito no cidadão comum é transformá-lo cada vez mais em violento, desconhecedor de parâmetros de sociabilidade que são característicos de qualquer civilização.

Recuso esse troféu ensanguentado apresentado como saldo de operação da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas.

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Uma resposta

  1. REPROCHE SOBRE “TROFÉU ENSANGUENTADO”
    Joilson Gouveia*
    Concordo em gênero, número, grau com suas “indignadas” filosóficas reflexões atoleimadas, comiseradas e condolentes consternações enquanto “cidadã e “jornalista culta, preparada, imparcial e inteligente” sobre o “Estado” assinalar pela violência ou “assinar mais uma chacina”, na solução dos problemas da degenerada, galopante, descontrolada e recrudescente violência letal, que nos aflige a todos, indistintamente, os cidadãos honestos, honrados, decentes e de bem, sobretudo quando são ceifados os nossos briosos agentes da ordem e segurança públicas, mormente os da linha-de-frente: os ostensivamente fardados; aos quais nenhum dos jornalistas dedica-lhes uma linha sequer, como se fora normal, natural, comum, curial e trivial tê-los e vê-los tombarem ao atroz jugo assassino dos seus algozes, carrascos e verdugos enquanto meliantes tutelados por “marias-dos-rosários”, ECA, “direitos dos manos”, inclusive nem mesmo visitam aos seus familiares enlutados pelas cruéis perdas irreparáveis!
    Criticar as consequências “faz parte”, e até entendo que é um “exercício pleno de cidadania urbana”, mas é-o muito mais ainda sugerir as devidas soluções ao mister; ou não? Ou buscar detectar suas causas! Quais são suas causas?
    Por que, nesses últimos catorze anos, já ultrapassamos aos mais de 700 mil mortos por “crimes violentos letais contra a pessoa humana” ou homicídios? Tem-se, em média, 56 mil a 60 mil assassinatos ao ano – o que denota estarmos numa verdadeira guerra convencional não admitida, reconhecida e declarada -, mas por quais razões não são computadas, relatadas e citadas ou comentadas as “baixas” ou perdas decorrentes de “execuções” de nossos intrépidos, valorosos e briosos ostensivos fardados, os reais, concretos e verdadeiros “anjos guardiões da Sociedade”, que sacrificam à própria vida na defesa dessa ingrata, fria, alheia e ausente Sociedade Urbana?
    Se quiseres saber e informar aos seus leitores sobre suas verdadeiras “causas&consequências” e, sobretudo, as possíveis, viáveis e exequíveis soluções a curto, médio e longo prazos para toda essa violência recrudescente, visite ao nosso modesto Blog e busque pelos temas “Ordem e Segurança Públicas”, como por exemplo, nestes links, a saber:
    a) http://gouveiacel.blogspot.com.br/2016/08/nao-somente-seguranca-sobretudo-ordem.html;
    b) http://gouveiacel.blogspot.com.br/2015/11/aos-jornalistas-e-esqueridtas-nossa.html;
    c) http://gouveiacel.blogspot.com.br/2015/10/a-peleja-dos-agentes-da-lei-da-ordem-e.html, e;
    d) http://gouveiacel.blogspot.com.br/2013/07/ordem-e-seguranca-publicas-defesa.html .
    Enfim, aqui encerro com o que já dissemos, repetimos e reiteramos, a saber:
    “o policial civil ou militar não é nem deve ser o anjo vingador dessa Sociedade ou o verdugo e o carrasco a serviço, de serviço e em serviço do Estado – quem é o Estado? Somos todos nós, da Sociedade, Governo, Autoridades de todos os gêneros, cidadãos, trabalhadores, contribuintes e todos os sujeitos de direitos e deveres, dentre os quais não se enquadram os “dimenores” meliantes, delinquentes juvenis e bandidos de toda ordem; claro! –, todavia, também, a vida do agente da lei, da ordem e da segurança públicas jamais deverá ser imolada ou servir de cordeiro sacrificado em oferta ou oferenda aos meliantes traficantes, assassinos, assaltantes e bandidos de todos os matizes, naipes e espécies, mormente aos “dimenores” tutelados pelo tal de ECA, os quais podem tudo e de tudo: inclusive sequestrar; roubar; matar; furtar; usar drogas e estuprar; porém, menos estudar ou trabalhar, para serem dignos cidadãos.
    Abr
    *JG

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