Cresce o espectro do Estado opressor sobre as nossas vidas, e o contexto econômico transforma empregadores em donos da única verdade possível. O que restou para nós, os comuns trabalhadores brasileiros?
A estrutura estatal, isentando os servidores públicos estratégicos aos interesses do poder, por constituírem estes, a voz desse poder, no caso o Judiciário; enquanto apresenta a força de sucção que pode gerar sobre categorias menos valorizadas (embora qualificadas), apertando o cerco e destruindo possibilidades de reações por decretos e outros instrumentos legalizados. A opressão legal representa o pior tipo de Estado.
Empregadores abusam das demissões, sobrecarregando outros tantos, incluindo no cardápio obtuso atrasos nos pagamentos e diminuição de direitos, à revelia.
A ideia do agarre o que tem, embora esteja morrendo por isso, ganha contornos de normalidade. E as estatísticas validam os temores.
Nesse bojo de pressões e perdas, a reação desesperada grava o quadro, enquanto facilita o manejo dos controladores. Esse é o país que a direita aprova.
Empurrando o pobre à beira da vala social, para jogá-lo dentro com a força que cresce sobre a fraqueza. Diminuindo sonhos de mobilidade e transgressões culturais.
Nosso país está orgulhosos do mal que ora nos faz, porque desde a colonização os mesmos ímpetos de subjugação da mente e do corpo alheio, esteve na base dos modelos de dominação. Reacendendo com o perfil de Temer e dos antipetistas, em maioria despolitizada, mas acima de tudo, com mentalidades desumanizadas também.
Quando tudo parecer turvo demais, salvemos a esperança. Pois precisaremos dela para manter a identidade, a individualidade ativa, como forma de mais adiante, gerar novos significados para a coletividade.
Aproveitemos cada oportunidade encontrada para fortalecer os princípios de humanidade ética. Se acreditarmos, mesmo que nos tirem muito, jamais poderão nos tirar tudo.