Dilma nega crise com base aliada no Congresso

Na entrevista, a presidente endossa a reclamação dos empresários quanto a taxa de juros brasileira. E diz que existe uma condição para essa taxa baixar: os investimentos reais crescerem, "pelo menos", 24%

Em entrevista que ocupa dez páginas, à revista Veja, a presidente Dilma Rousseff negou que exista uma “crise” entre o Palácio do Planalto e a base aliada, no Congresso Nacional, após a troca de lideranças do Governo no Senado e na Câmara.

“Não há crise nenhuma. Perder ou ganhar votações faz parte do processo democrático e deve ser respeitado. Crise existe quando se perde a legitimidade. Você não tem de ganhar todas. O Parlamento não pode ser visto assim. Em alguma circunstância sempre vai emergir uma posição de consenso do Congresso que não necessariamente será a do Executivo”, disse.

Na entrevista, a presidente endossa a reclamação dos empresários quanto a taxa de juros brasileira. E diz que existe uma condição para essa taxa baixar: os investimentos reais crescerem, “pelo menos”, 24%.

“Os empresários reclamaram que os impostos cobrados no Brasil inviabilizam as melhores iniciativas e impedem que eles possam competir em igualdade de condições no mundo. Eu concordo. Temos de baixar nossa carga de impostos. E vamos baixá-la. Temos de aumentar nossa taxa de investimento real para pelo menos 24%”, disse.

Dilma fala ainda da crise europeia- cita a Alemanha e a Itália- e da China, o maior mercado em expansão do mundo.

“Os líderes da China não escondem que não podem mais negligenciar o mercado consumidor interno. Eles estão mudando seu foco aceleradamente para atender às demandas do mercado interno chinês. De ameaça, a China pode se tornar oportunidade de mercado também para as exportações brasileiras de manufaturados”, conta à Veja.

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