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Trinta e seis dias após a prisão da única prefeita do PT em Alagoas, acusada de assassinato, a Justiça decretou o afastamento dela do cargo, por tempo indeterminado. A decisão ratifica pedido da Câmara de Vereadores da cidade.
Sânia Tereza, prefeita de Anadia, a 88 quilômetros de Maceió está presa, acusada de autoria intelectual na morte do vice-presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Luiz Ferreira de Souza, morto em setembro. Além dela, também estão presos o marido, Alessander Leal e o primo da prefeita, o cabo da Polícia Militar Cláudio Magalhães da Silva- o último o autor material da trama.
Ainda pela decisão do juiz da comarca de Anadia, Helestron Silva da Costa, o filho da prefeita, Rayme Palmeira Barros- que era secretário de Finanças do município- não pode assumir nenhuma função pública. Sânia teve os bens bloqueados para ressarcimento de R$ 7,1 milhões, que teriam sido desviados por ela, da Prefeitura.
Consta na decisão do magistrado que na manhã em que houve a referida posse do vice-prefeito, José Augusto da Rocha, o então secretário de Finanças Raymi Palmeira dirigiu-se à agência do Banco do Brasil em Anadia e realizou movimentações financeiras em montante vultuoso, o que, segundo o magistrado, denota má fé- ele sabia que seria exonerado da função.
De acordo com a polícia, o vice-presidente da Câmara seria o “voto de Minerva” em um pedido de cassação contra a chefe do Executivo municipal por uma série de irregularidades- desde falta de licitação para a compra de merenda escolar e combustível até o remanejamento, sem autorização da Câmara, de R$ 7 milhões.
O pedido de cassação dependia de uma mudança no regimento da Câmara- que proíbe a cassação do chefe do Executivo municipal.
O regimento seria alterado no dia 1 de setembro, mas faltou luz no plenário do legislativo municipal- e a votação foi suspensa para o dia 8. Luiz Ferreira foi executado três dias antes.
Horas antes de ser morto por 11 tiros, Luiz Ferreira anunciou em uma rádio, na cidade de Maribondo, que se lançaria à Prefeitura de Anadia.
Sânia Tereza era candidata à reeleição e é investigada ou citada por corrupção em 11 órgãos- entre eles Ministério Público Estadual e Federal.
