Você conhece a síndrome do impostor?

Arnaldo Santtos- Psicólogo e jornalista*

O homem que planta árvores, sabendo que nunca se sentará à sombra delas, começou a entender o significado da vida. (Rabin Dranath)

Síndrome do Impostor?

Estudos indicam que existe, sim, a Síndrome do Impostor (SI). Embora o nome seja, talvez, mal interpretado, ela está relacionada com a insegurança que uma pessoa tem, especialmente num assunto que ela domina. O que representa essa síndrome?

Pois é, quem nunca se sentiu inseguro em algum momento da vida que atire a primeira pedra.

Pois bem, a pessoa sentir-se insegura é algo extremamente natural, especialmente quando ela tem que enfrentar algum desafio ou uma nova situação que não sabe controlar, ainda, o que é aceitável do ponto de vista comportamental.

Todo o conhecimento, como tudo na vida, ocorre através de um processo de aprendizagem. Depois de enfrentar um medo de uma prova da faculdade ou de uma tarefa no trabalho a pessoa vai perdendo o receio e cada vez mais fica segura daquilo que está fazendo. Isso é extremamente positivo.

Mas, há pessoas que mesmo depois de ter enfrentado todo o tipo de prova e tarefa e ter obtido êxito, ainda sim, continua com insegurança. Foi o que se descobriu sobre a Síndrome do Impostor.

Origem da síndrome

A educação da família, especialmente na infância, os pais geralmente os pais pressiona para criança ou o adolescente tirar as melhores notas ou fazer comparações como outros filhos ou colegas. Dizendo que o outro é mais esperto.

Mesmo que criança ou adolescente tire notas boas e não teve o devido reconhecimento, em palavras, como muito bem pelas notas. Pode, nesse momento, está iniciando a síndrome do impostor.

Ou seja, mesmo quando tira notas excelentes e não recebendo elogios, pode está surgindo a síndrome.

Isso é comum aos pais. Reclama do filho ou filha que tirou notas ruins mas não elogia quando tira notas boas. O raciocino serve para qualquer atividade, não só escolar.

Isto é, a pessoa pode se sentir, mesmo tendo tirado notas boas ou ter feito uma tarefa perfeita, se sentir, ainda, incompetente.

“Não sabe do assunto”

Sendo mais específico, seria aquela pessoa que depois de ter estudado bastante um assunto, ter apresentado, discutido, enfim, com pessoas do mesmo nível que ela, ainda assim, tem sinais de comportamentos que indicam, pra ela, que ainda “não sabe do assunto.”

Como todo conhecimento é um processo, a pessoa pode, num momento, cometer algum erro, ou falha, mas isso não impede de ir em frente e superar esses desacertos. Aos poucos, vai ganhando confiança em si mesma e ai chega num patamar de que aquele friozinho na barriga existe mas, não impede de realizar a tarefa.

Pois é, na Síndrome do Impostor isso não ocorre porque ela, apesar de todo o conhecimento ou experiência que tem, ainda assim, a pessoa se acha incapacitada. Ela fica incapaz de lidar com esses problemas.

Reconhecimento

Outro sintoma da síndrome é a pessoa achar que ela não é capaz de assumir que seu sucesso se deve a si mesma pela sua inteligência e que merece, sim, reconhecimento.

Pelo contrário, ela continua pensando que tudo que aconteceu foi devido a uma série de “sorte” ou fatores externos que levaram ela a ter o sucesso merecido.

Pode chegar até num pensamento freqüente de que “estão enganando” seus clientes ou pacientes, como faria um impostor. A pessoa não acredita em suas habilidades, não se sente competente, mesmo que as evidências indiquem o contrário.

Outro sintoma é que a pessoa sempre se sente malsucedida ou que nunca entrega o que cumpre.

Salário diferente

Em muitas empresas, várias pessoas reclamam de que recebem salário menor do que outra pessoa que faz o mesmo serviço.

Quando a pessoa não é valorizada no trabalho, ela tende a acreditar que é porque não é tão competente quanto deveria e é por isso que não é recompensa. Isso ocorre, geralmente com as mulheres.

Esse sentimento pode levar a pessoa a desenvolver a síndrome do impostor, futuramente.

Sintomas da SI

A pessoa que desenvolveu a Síndrome do Impostor é extremamente perfeccionistas e auto exigente.

Empresas que trabalham com metas para serem alcançadas tendem a apresentar mais pessoas com a síndrome. Por que?

Metas muito altas são impostas e difíceis de alcançar e quando os trabalhadores não conseguem atingir, podem desenvolver a síndrome por acharem “incompetentes”.

Não precisa ser uma empresa que tenha como objetivos alcançar metas, basta solicitar várias tarefas por dia para serem realizadas. Ou seja, muitas não serão realizadas e ai a síndrome pode surgir.

Ansiedade e depressão

A pessoa que desenvolve a síndrome geralmente adia as tarefas porque temem o fracasso se começar a fazê-las. Ela nunca está satisfeita com seu trabalho e essa insatisfação se traduz em desmotivação e, às vezes, até ansiedade ou depressão em relação às tarefas que devem ser realizadas.

Autoestima

Outros sinais de pessoas que já desenvolveram a síndrome é que elas apresentam, embora tenham bastante conhecimento, baixa autoestima e baixo autoconhecimento.

Esses dois comportamentos, geralmente, são reforçados dentro da própria família, pelos pais. Ou seja, é necessário que os pais critiquem mas também elogiem os filhos na hora que eles merecerem.

“Incompetente”

Assim, a Síndrome do Impostor a pessoa se sente insegura e acha que nunca esta capacitada para uma tarefa que lhe foi delegada.

A pessoa se vê como alguém que não merece suas realizações, elogios ou sucesso e que, se outros descobrissem quão “incompetente” ela realmente é, a chamariam de impostora.

SI ao contrário

Mas há também a síndrome SI ao contrário. Ou seja, a pessoa realmente é ignorante num determinado assunto, e mesmo assim, ignora até sua própria ignorância, é a chamada Síndrome de Dunning-Kruger.

Superação da SI

Para superar a Síndrome do Impostor, a primeira coisa a fazer é acreditar em si mesma. E para isso não há outra alternativa senão fazendo psicoterapia/análise.

Saber que tem limite e também pode fazer ou produzir o que for possível dentro da razoabilidade e dentro do sonho de cada pessoa.

Erros sempre serão cometidos, mas o mais importante é saber que apesar do erro pode-se, sim, acertar, porque cada erro é uma aprendizagem.

Apreciar os sucessos

É preciso que a pessoa também comece a aceitar e apreciar seus sucessos e realizações, mesmo os pequenos sucessos. É preciso valorizar-se, sempre, sem exageros.

Se você não se valoriza pelo que faz, é difícil para os outros fazerem isso. Toda vez que você receber um elogio, agradeça e faça disso uma motivação e reforço, sempre.

(Fonte: gutenberg.rocks. Texto traduzido e adaptado por equipe do site Fãs da Psicanálise. OBS.: o texto também foi adaptado por mim)

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Sobre o autor: Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico – CRP-15/4.132.
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