Video: Cid confirma participação de Braga Netto em plano de golpe

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), revelando detalhes sobre um suposto plano golpista discutido após as eleições de 2022. Durante a audiência, Cid afirmou que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, esteve envolvido em reuniões estratégicas que visavam contestar o resultado eleitoral.

Segundo Cid, Bolsonaro recebeu e fez alterações em um documento conhecido como “minuta do golpe”, que previa a anulação das eleições e a convocação de um novo pleito. O ex-ajudante de ordens relatou que o ex-presidente retirou trechos que mencionavam a prisão de autoridades do Judiciário e do Legislativo, buscando suavizar o conteúdo do documento.

Além disso, Cid revelou que Braga Netto teria fornecido dinheiro em espécie para financiar protestos em frente a quartéis militares, onde manifestantes pressionavam por uma intervenção militar

O depoimento de Cid também trouxe à tona informações sobre a movimentação de grupos distintos dentro do governo Bolsonaro. Ele mencionou que havia um grupo moderado, que reconhecia a derrota eleitoral, e um grupo radical, que defendia a necessidade de um golpe para manter Bolsonaro no poder. Braga Netto, segundo Cid, fazia parte do grupo moderado, mas ainda assim teria participado de reuniões onde estratégias para desestabilizar o país foram discutidas.

Outro ponto relevante do depoimento foi a entrega de dinheiro em uma sacola de vinho, supostamente destinada ao financiamento das ações golpistas. Cid afirmou que não sabia a origem do dinheiro, mas que Braga Netto era responsável por trazer informações sobre a movimentação dos apoiadores do ex-presidente nos acampamentos em frente aos quartéis.

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