Mergulhado em problemas financeiros e administrativos, o Veredas também furta energia elétrica fornecida pela Equatorial. O caso foi parar na Justiça após várias tentativas de acordo onde até o Ministério Público tentou, sem sucesso, uma solução negociada.
A direção do hospital impede os técnicos da holding de instalar os medidores de luz, apesar do consentimento das empresas que funcionam nas instalações do hospital.
Na última quinta-feira, 21/11, o juiz Maurício Breda determinou o fim das instalações clandestinas de energia no hospital, desde que isso não comprometa os atendimentos. A decisão foi publicada no dia 22/11 no Diário de Justiça.
A Equatorial cobra faturas atrasadas que somam R$ 5,6 milhões da Fundação Hospital da Agroindústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas, responsável pela gestão do Veredas.
Um dos principais argumentos da Equatorial, além da cobrança da dívida milionária e do furto de energia, é a segurança dos pacientes. Por isso entrou na Justiça para que fosse instalado medidores individuais em cada uma das empresas que operam dentro do hospital.
O Veredas argumenta que construiu uma rede para individualizar a medição, as obras foram concluídas em junho, mas falta a transferência de carga para o novo ponto elétrico de alimentação. “(…) é necessário que os responsáveis pelas respectivas instalações construam uma subestação abaixadora do tipo que melhor atender a sua demanda e espaço arquitetônico”, diz na ação judicial.
“Alega que teria encaminhado aos responsáveis notificação sobre a necessidade de transferência de carga e de adequações técnicas (baixa tensão e média tensão, respectivamente), mas que apenas algumas empresas teriam iniciado o contato para fins de alinhamento sobre as adequações necessárias. Junto com o requerimento de interrupção das ligações clandestinas, pontuou que a referida interrupção não comprometeria o fornecimento de energia elétrica ao Hospital Veredas, nem às empresas que suprirem as pendências necessárias para o consumo de forma individualizada”, explicou.
O juiz Brêda determinou a interrupção imediata do fornecimento irregular de energia elétrica, desde que a medida não prejudique os pacientes. E as empresas devem realizar os atos necessários para a instalação dos medidores.
Há uma crise no Veredas que inclui uma greve geral dos funcionários, após meses de salários atrasados, e uma série de outros direitos trabalhistas nunca respeitados.
Na terça 19/11 a fundação decidiu destituir o diretor do hospital, Edgar Antunes, após uma longa briga na Justiça para que não fosse realizada uma reunião do conselho deliberativo da fundação.
No lugar dele foi indicado André Luis Ramires Seabra. Mas a direção financeira do hospital continua sob indicação do presidente da Câmara Arthur Lira. A prima do parlamentar, Pauline Pereira, prefeita reeleita da cidade de Campo Alegre, é quem senta na cadeira mais importante da instituição.
Em maio do ano passado, o senador Renan Calheiros (MDB) acusou Lira de usar o Veredas para “lavar dinheiro”.