O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal do Brasil é independente de qualquer influência estrangeira. A declaração foi feita em uma postagem na rede social X, antigo Twitter, na manhã desta quinta-feira (09).
No post, Dino ressalta que a análise de indícios de investigações internacionais é feita pelos delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao Poder Judiciário do Brasil. Ele também enfatizou que as investigações da PF são conduzidas de acordo com as leis brasileiras, sem interferência em assuntos de política externa.
O ministro rejeitou a possibilidade de qualquer autoridade estrangeira dirigir os órgãos policiais brasileiros ou utilizar as investigações para fins políticos. Dino disse ainda que a Polícia Federal apresentará os resultados da investigação ao Poder Judiciário, respaldada por provas analisadas exclusivamente pelas autoridades brasileiras.
Veja o que disse o ministro:
“1. O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais.
2. Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento;
3. Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário;
4. Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é DEVER da Polícia Federal investigar, para CONFIRMAR OU NÃO as hipóteses investigativas;
5. A conduta da Polícia Federal decorre exclusivamente das leis brasileiras, e nada tem a ver com conflitos internacionais. Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa;
6. As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional;
7. Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos;
8. Quando legalmente oportuno, a Polícia Federal apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras”,
Veja a postagem:
1.O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais.
2.Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo…— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) November 9, 2023
Entenda os detalhes:
A operação da Polícia Federal, chamada de “Trapiche”, teve como objetivo obter provas de recrutamento de brasileiros para atos extremistas, além de investigar possíveis atos de terrorismo contra prédios da comunidade judaica.
Israel colaborou com os serviços de segurança brasileiros e outras agências internacionais para frustrar um ataque planejado pelo Hezbollah no Brasil.
O Hezbollah, grupo paramilitar fundamentalista islâmico, é reconhecido como uma das forças paramilitares mais influentes e poderosas do Oriente Médio. O grupo também é apoiado pelo Irã, fortalecendo ainda mais sua influência na região.
O embaixador de Israel no Brasil afirmou que sabiam da presença de membros do Hezbollah na área norte do Brasil e na Tríplice Fronteira há algum tempo, mas não estavam cientes das atividades do grupo no país.
Os crimes de constituir ou integrar organizações terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo possuem penas máximas de 15 anos e 6 meses de reclusão, sendo considerados inafiançáveis e insuscetíveis de graça, anistia ou indulto.
A Interpol está buscando dois brasileiros suspeitos de planejar ataques contra prédios da comunidade judaica no Brasil no Líbano.
A Polícia Federal não os encontrou durante as buscas no país e eles foram incluídos na lista vermelha da Interpol.
*Com Agências