No heterônimo flor, a veia poética se distribui como fonte de vida a todas as mulheres. Essa é a essência do livro de poesia “Somos Flores”, uma ode à diversidade de formas e manifestações femininas no mundo.
Um trecho do prefácio, traduz o olhar de outra flor, outra mulher a contemplar o poético do feminino que passeia livre pelo livro.
Eis:
O Livro “Somos Flores” de Ana Laurindo não se limita em sua poética ao que sugere o título, que no imaginário romântico pressupõe o belo e o frágil representados pela flor, mas também o seu avesso. Posto que a beleza poética da
autora finca residência também nos lugares onde há sombras.
É justamente nessa dualidade entre claridade e sombras que reside a poesia de Ana, e o que instiga a perseguir seus versos. Sua poesia é construída de palavras bem traçadas, às vezes rimadas outras não, que brotam com musicalidade nos versos que se cumprimentam. Algumas vezes, como uma bela e triste canção. É preciso ler com atenção para perceber as camadas intensas da sua criação. E como bem poetiza a autora, “pensar é voar para dentro”
Para a pessoa que já teve contato com sua escrita, verá que seus questionamentos e inquietações, sejam esses sobre
a esfera política, social e de valor humanista, tão presentes em suas obras anteriores, agora se estendem na obra poética.
Uma voz firme e delicada, uma voz que não se cala.
Ismélia Tavares
Jornalista e Mestra em História Cultural
Escritora e Produtora Cultural
É membro do Fórum Setorial do Audiovisual de Alagoas (FSAL),
Faz parte dos Coletivos “Leia Mulheres” e “Mulheres que Escrevem”.